Problema do Brasil é que nenhum dos Poderes pode exercer liderança moral

Tribuna da Internet | Qualquer maçaneta de porta em Brasília sabe que  equilíbrio de Poderes não tem funcionado

Charge do Nani (nanihumor)

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

Segundo ensinava Platão, que nasceu 428 anos antes de Cristo, a razão é a parte mais nobre e elevada da alma humana, pois é por meio dela que se alcança a sabedoria e a verdade. O filósofo grego acreditava que a razão deve controlar nossos impulsos e desejos, para que possamos viver de acordo com a moralidade e alcançar a felicidade.

A moralidade deve ser fundamentada em princípios racionais. Por definição, a ética é o conjunto de valores que compõem o modo de ser do indivíduo, o respeito à moral vigente e às regras das interações humanas de modo geral.

CÓDIGO DE CONDUTA – A palavra originou-se do grego e tem duas grafias: éthos, que significa modo de ser; e êthos, traduzida como habitação do ser. Ao racionalizar as normas sociais, os valores éticos são estruturantes da moral, um código de conduta pessoal.

Algo pode ser moralmente errado em uma comunidade, porém eticamente bom para algumas pessoas nesse mesmo lugar. A ética pode mudar a moral vigente. É o caso do que acontece com os costumes, porque a moral prevê certo e errado, e a ética, o bem e o mal.

Na política, Max Weber diferenciava a “ética das convicções”, como a dos procuradores da Lava-Jato, da “ética da responsabilidade”, que orienta as decisões dos ministros do Supremo sobre a Lava-Jato. A primeira pauta-se por objetivos determinados; a segunda, zela pela legitimidade dos meios empregados.

A FORÇA DO SUPREMO – Trocando em miúdos, a moral é uma conduta específica e normativa, enquanto valores éticos são princípios a serem seguidos nas ações e normas de conduta.

A força do Supremo Tribunal Federal não pode se sustentar apenas nas normas, tem que ter o respaldo dos valores para exercer liderança moral perante a sociedade.

Um dos sintomas profundos de crise nas instituições políticas brasileiras é a perda dessa liderança moral pelo Executivo e pelo Legislativo. Agora, quem corre esse risco é a Corte Suprema.