Discurso foi feito ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a atenção, nesta sexta-feira (17), para a falsa contradição entre desenvolvimento econômico e meio ambiente e disse que, dada a grave crise climática, os efeitos do aquecimento global terão que ser enfrentados ao mesmo tempo em que a sociedade tenta construir um novo mundo.
– A economia e a ecologia não podem mais estar em contradição. Precisamos pensar em cada detalhe o que estamos produzindo e consumindo para assegurar a vida humana na terra – declarou Haddad.
A fala do ministro se deu durante participação em evento realizado por organizações da sociedade civil que discutiram o plano de transformação ecológica; como é chamada oficialmente a agenda verde do governo.
Em contraposição aos negacionistas do aquecimento global – os mesmos, segundo o ministro, que negaram a pandemia e as vacinas -, Haddad disse que o governo está do lado do conhecimento e da ciência na agenda climática.
O ministro frisou que cientistas que acompanham o avanço das emissões de carbono estão apavorados com efeitos, já presentes no mundo, que estavam previstos para apenas daqui a dez ou 20 anos.
– Antes me preocupava com meus netos, depois com meus filhos. Agora, estou com medo com o que vai acontecer também comigo. A coisa está acontecendo – afirmou Haddad, ao pontuar que não se trata apenas de um problema das novas gerações.
O ministro disse que o papel do setor público é conscientizar a população de que o mundo passa por uma crise climática muito grave, cuja superação depende da cooperação entre as nações.
– O Brasil não vai se salvar da crise climática, ou nos salvamos todos ou estamos todos perdidos – assinalou.
– Precisamos encarar a realidade dura na qual teremos que mitigar os efeitos que vão acontecer enquanto tentamos construir, em paralelo, um mundo novo – continuou Haddad, em discurso feito ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
– O desafio para os próximos anos é tremendo. Não vai acontecer de 2050 para lá, é para cá que vai acontecer.
Haddad ressaltou que em nenhum momento imaginou que a agenda ambiental, coordenada por seu ministério, pudesse atuar contra o desenvolvimento econômico.
– É um equívoco opor economia e ecologia – reforçou.
*AE