Lula nomeia ex-deputado pró-Bolsonaro para dirigir a Codevasf

Trata-se de mais um movimento do petista para acomodar partidos do Centrão

Ex-deputado Gilliano Cutrim Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O ex-deputado federal Gilliano Fred Nascimento Cutrim, conhecido como Gil Cutrim (Republicanos-MA), foi indicado pelo governo Lula (PT) para ocupar a diretoria de Estratégias e Finanças na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em mais um movimento para acomodar partidos do Centrão no alto escalão do governo.

Essa vaga é uma novidade na estatal e foi incluída a pedido do Palácio do Planalto na medida provisória que concede reajuste salarial para os servidores federais. A previsão, agora confirmada, era de que a cadeira na diretoria deveria entrar na negociação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atender às demandas do Centrão.

O novo diretor foi deputado federal pelo PDT entre 2018 e 2022, mas foi expulso do partido ainda no início do ano passado por infidelidade partidária ao apoiar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo nota do partido à época, Cutri “desobedeceu reiteradas vezes as decisões partidárias”, seguindo as orientações em somente 39% das suas votações, enquanto votou junto com a base de Bolsonaro em 58% das oportunidades.

Cutrim migrou para o Republicanos e não conseguiu se reeleger, mas deixou claro seu apoio ao então presidente Bolsonaro na disputa contra Lula.

Em menos de uma semana, ele é o segundo apoiador do ex-presidente a integrar o alto escalão do governo. Na última terça-feira (7), o ministro André Fufuca, nomeou um ex-secretário do governo Bolsonaro como braço direito no Ministério do Esporte.

Antes de ser deputado federal pelo PDT, Gil Cutrim foi vice-prefeito da cidade de São José de Ribamar – terceira mais populosa do Maranhão – pelo PSL (atual União Brasil) e prefeito do município pelo MDB até 2016.

Cutrim é próximo ao ministro dos Portos Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Costa Filho entrou na Esplanada junto com André Fufuca (PP-MA) durante a reforma ministerial de setembro, que também foi uma mobilização do governo Lula para garantir cargos para o Centrão.

*AE