Calor: Pelo menos seis estados tiveram alerta de “grande perigo”

Temperatura deverá chegar a até 5ºC acima da média em boa parte do país

Termômetro marcando 39 graus na região da Praça da Sé, em São Paulo Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

São Paulo e Rio de Janeiro bateram, neste domingo (12), recordes de calor neste ano, quando os termômetros bateram 37,1°C e 42,5°C, respectivamente. Pelo menos seis estados tiveram alerta de “grande perigo”, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mas, afinal, até quando vai este calor?

De acordo com o Inmet, os termômetros devem registrar as maiores altas do ano nos estados mais centrais do Brasil – em especial no Sudeste e no Centro-Oeste – até, pelo menos, esta quarta-feira (15). Em São Paulo, no entanto, a temperatura só deve baixar na semana do próximo dia 20, de acordo com as mínimas e máximas previstas pela empresa Climatempo.

O Inmet projeta que a temperatura chegue a até 5ºC acima da média em boa parte do país. Além de São Paulo, Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Brasília (DF) e Curitiba (PR) terem as temperaturas mais quentes do Brasil, em relação aos seus padrões. No Sul e no Sudeste, chuvas devem ganhar força ao longo da semana.

Em São Paulo, há previsão de pancadas de chuva para o período da tarde ou da noite em praticamente todos os dias. Segundo a Climatempo, podem ocorrer pancadas de chuva já na noite desta segunda (13). Conforme a Meteoblue, a precipitação será mais intensa no decorrer do próximo fim de semana.

EFEITOS DO EL NIÑO
De maneira geral, as ondas de calor e instabilidades climáticas devem perdurar até maio de 2024, tendo seu pior período entre agora, novembro de 2023, e janeiro do ano que vem. Isso porque, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) na semana passada, o El Niño, fenômeno relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, atinge o seu pico somente agora.

A OMM afirma que o El Niño desenvolveu-se rapidamente durante julho e agosto e atingiu força “moderada” em setembro – mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo. O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é que ele ainda não tenha atingido o seu maior pico.

– Provavelmente, [o El Niño] atingirá o pico, como um evento forte, em novembro-janeiro de 2024. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno no sul do Hemisfério Norte [verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul] – afirma a OMM.

– Com base nos padrões históricos e nas previsões atuais de longo prazo, prevê-se que diminua gradualmente durante a próxima primavera boreal (que acontece de 20 ou 21 de março até 20 ou 21 de junho).

O fenômeno tem gerado efeitos mais longos e um calor mais latente por causa das mudanças climáticas, segundo os especialistas da OMM.

*AE