Vão me levando. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

A quatro rodadas do final, e com seis clubes disputando três vagas de acesso, visto que, o Vitória/BA, teoricamente, com 65 pontos, já carimbou o seu passaporte para a Série A, a reta final do Brasileiro da Série B ganha contornos dramáticos. Agora, como costumava dizer o mestre, Adonias de Moura, “é calcinha de veludo, ou bundinha de fora”.

“Vejamos quem tem garrafa pra vender!”, brada o espetacular, Bartolomeu Fernando, um dos melhores narradores da atualidade, do rádio esportivo pernambucano. O site, Chance de Gol, cujos estudos de probabilidades sempre apresentam expressiva margem de acerto, credita ao Sport um percentual de 75% de chances, para conquistar o sonhado acesso.

Com 59 pontos ganhos, o rubro-negro pernambucano, que nas últimas rodadas, se beneficiou da combinação de resultados, para se manter na vice-liderança da competição, tem dois jogos a cumprir como mandante, e dois como visitante. A matemática do sucesso indica que, com 65 pontos se tem acesso a elite nacional.

A linha que separa o céu do inferno, nesta equilibrada edição da Série B, é tão tênue, que, apesar dos números expressivos, ninguém arrisca cravar o SIM, ou o NÃO, puro e simplesmente. É que o comportamento dos times dentro das quatro linhas, não inspira confiança.

Na Ilha do Retiro, os jogadores do Sport cantam a marchinha carnavalesca, de autoria de Dosinho: “Vão me levando”, sucesso nacional no século passado. Isto porque, mesmo perdendo, ou empatando, algumas partidas, os comandados de Enderson Moreira se mantiveram imexíveis na posição, na tabela de classificação, em virtude dos tropeços dos concorrentes.

O mês de novembro chega com prenúncios de sonhos e pesadelos para várias torcidas. Quem tiver competência, evidentemente que, irá colorir a chegada do verão. Por outro lado, quem não tiver fôlego nos cem metros finais, ficará a ver navios.

A esta altura dos acontecimentos, ninguém tem mais cartas na manga para apresentar como surpresa. O mote será o mesmo utilizado por todos os treinadores envolvidos nestes jogos decisivos: superação. Experiência, juventude, harmonia de conjunto, condicionamento físico, identificação com proposta de jogo e talento individual. Qualquer um dos quesitos pode funcionar como ponto de desequilíbrio, entretanto, o que irá mover o fiel da balança é a entrega do time.

Ansiedade, tensão e nervosismo são inevitáveis em qualquer decisão. Sendo assim, nestas últimas quatro rodadas que acontecerão no mês de novembro, veremos quem faz acontecer, ou quem irá a campo a espera do milagre.

A partir de agora não vale mais cantar:

“Eu não vou, vão me levando

Vão me empurrando

Desse jeito eu tenho que ir,

Se bato em um, se piso em outro,

Vocês vão me desculpando

Eu não vou, vão me levando”.