Presente e Futuro. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

Pra começo de conversa, uma agremiação socio esportiva, que tem o codinome de “CLUBE DAS MULTIDÕES”, não pode abdicar de um regime de governo republicano, em detrimento de uma tirania. Sendo assim, as Repúblicas Independentes do Arruda, tem muito o que comemorar com a renúncia do presidente executivo do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto.

Milhares de tricolores receberam a notícia com surpresa, contudo, outro tanto de torcedores, a acatou como sendo a crônica de uma morte anunciada.

O ex-presidente do Clube do Arruda, um político de carreira, trocou os pés pelas mãos, na sua segunda passagem pelo poder executivo, e acabou manchando sua própria biografia, até então, escrita com letras garrafais, na rica história do Santa Cruz, um clube cuja dimensão exige a harmonia entre os três poderes: Executivo, Deliberativo e Patrimonial.

Acredito que, o ex-presidente, Antônio Luiz Neto, equivocadamente, se mirou no exemplo republicano, onde um poder invade o espaço do outro, desrespeita a constituição, e dita normas tal qual se percebe nas grandes tiranias.

Em – Como uma Onda – o grande Lulu Santos nos adverte: “Nada do que foi será; De novo do jeito que já foi um dia; Tudo passa, tudo sempre passará…”.

Pois é! A vida vem em ondas. E não existem ondas uniformes, previsíveis, principalmente no futebol, onde a dinâmica impõe, a quem deseja ser um gestor de sucesso, uma adequação ao novo tempo.

Ninguém, ninguém mesmo, pode se autoproclamar de dono, e chamar o “CLUBE DAS MULTIDÕES” de meu. O famoso – “Pode tudo!” – só pega bem na música do Tim Maia. Nas Repúblicas Independentes do Arruda o que tem passe livre é um trabalho coletivo visando o bem comum.

Quem conhece um pouco da história do clube, observou que, os maiores fluxos de crescimento aconteceram quando os três poderes caminharam juntos, de forma harmoniosa.

Os bastidores nos revelavam que, o grupo capitaneado pelo ex-presidente, Antônio Luiz Neto, minou a gestão do seu antecessor, Joaquim Bezerra, cujo projeto era fraco, não tinha consistência, nem força para soerguer o “gigante” Santa Cruz.

E assim a Lei de Murphy foi aplicada no Arruda: “Se uma coisa está ruim, pode piorar”. Piorou. E apesar da saída daquele que, para muitos era o grande entrave para o soerguimento do clube, o cenário não é nada animador.

Sejamos pragmáticos como a situação exige. O romantismo que nos embevece deixa para a literatura. Voltamos a lembrar o Lulu Santos: “Nada do que foi será…”.

Até o momento, e isso vem desde que o Santa Cruz encerrou sua participação na Série D do Campeonato Brasileiro, nada de concreto, e confiável, foi apresentado, por nenhum grupo, no sentido de recolocar o clube no caminho do crescimento. As picuinhas invadiram, e tomaram conta, dos bastidores. Todos falam em SAF, mas os verdadeiros “donos” do Santa Cruz, os sócios e torcedores, não são informados de nada.

As eleições para escolha dos novos presidentes – Executivo, Deliberativo e Patrimonial – devem ser antecipadas.

Vamos aguarda a fumaça branca nas chaminés do Mundão do Arruda para ouvir o brado do povão: “Temos Presidente!”.

E que ele venha consciente de que não pode chamar o clube de “MEU”.