Por CLAUDEMIR GOMES
O nível técnico desta edição do Brasileiro da Série B é terrível! Acredito ser o mais baixo, desde que a competição passou a ser disputada no atual modelo de pontos corridos. Tal fato explica o nivelamento que, no momento, expõe o vice-líder Sport, ao risco de cair para a sexta posição, na tabela de classificação, na próxima rodada. Por outro lado, o oitavo e nono colocados, respectivamente, Atlético Goianiense e CRB, que apresentaram as melhores performances nas cinco últimas rodadas, passaram a alimentar o sonho do acesso.
Respeito o pragmatismo dos números, mas sou aquele amante a moda antiga: prefiro as análises por desempenho.
Sabemos que, numa competição de tiro longo, como o Campeonato Brasileiro, composto de 38 rodadas, é impossível os times não oscilarem. Portanto, o desafio é manter uma regularidade para prolongar os bons momentos, e se mostrar resiliente para superar a má fase.
O Sport fez um primeiro turno – jogos de ida – excelente. Acumulou uma gordura que lhe mantém no G4. Mas, seu desempenho no returno tem sido sofrível: o rubro-negro pernambucano, dentre os clubes que almejam o acesso, é o que contabiliza os piores resultados. A mudança de comportamento do time dentro das quatro linhas lhe levou a gastar toda a reserva. Enquanto Vagner Love e companhia amargavam a subtração, de forma inversa, os concorrentes comemoravam as somas, e viram diminuir uma distância que era confortável para o time da Ilha do Retiro.
O jogo com o Criciúma, programado para sábado a noite, na Ilha do Retiro, é um autêntico divisor de águas para o time comandado pelo técnico, Enderson Moreira: a depender da combinação dos resultados, pode permanecer na condição de vice-líder, ou pode deixar o G4, descendo até a sexta posição.
Evidente que, tal pressão é vivenciada por todos aqueles que estão no privilegiado grupo de acesso, ou em condições de chegar a ele. Mas o caso do Sport se torna mais assustador, e dramático, por conta do baixo desempenho da equipe no returno.
O pragmatismo dos números reza que, devemos seguir o norte apresentado por eles. Portanto, para aqueles que consultam os sites que, estudam as probabilidades de cada um, é fundamental traçar um paralelo entre o que foi produzido no primeiro turno, e o que está sendo contabilizado no returno. Afinal, ainda não é chegada a hora de passar a régua e fechar a conta.
Estamos a doze rodadas do final da competição, e como esta edição da Série B, nos faz lembrar, um balaio de jaboticaba, onde todas as frutas são parecidas, a bola da vez pode ser definida na última rodada.
Nas últimas cinco rodadas o Atlético Goianiense apresentou o melhor desempenho dentre os 20 times que disputam a Série B: quatro vitórias e um empate. Neste mesmo período o Sport somou apenas uma vitória. O CRB, do técnico Daniel Paulista, contabilizou 11, dos 15 pontos disputados, passando a ser visto pelo retrovisor dos times que estão a sua frente, na disputa por uma vaga de acesso.
O baixo nível técnico tornou a disputa angustiante para os torcedores dos vários clubes, que ao invés de vivenciarem emoção, vivenciam sofrimento.