André Janones, “lulista” de última hora, é exemplo da decadência política do país

Escanteado por Lula, Janones volta aos holofotes por brigas políticas | Metrópoles

André Janones é um exemplo de político oportunista

Carlos Newton

Com forte presença nas redes sociais, o advogado mineiro André Janones, nascido em Ituiutaba, tornou-se um dos fenômenos eleitorais do novo normal da política brasileira. Membro da Igreja Batista, depois de perder a eleição para prefeito de sua cidade em 2016, dois anos depois (ninguém sabe como…) conseguiu se tornar um dos porta-vozes do movimento nacional dos caminhoneiros e foi eleito deputado federal pelo partido evangélico PSC, na onda do bolsonarismo, o terceiro mais votado de Minas Gerais.

No dia 19 de dezembro de 2018, o então advogado André Janones foi às redes sociais comemorar sua maior conquista política até então: a diplomação como deputado federal. Na postagem, mandou um recado: “Agora é oficial: Fui diplomado Deputado Federal!”. E foi logo avisando: “Não contem comigo pra defender Lula! Não contem comigo pra defender Bolsonaro!

VIROU LULISTA – Na eleição seguinte o deputado Janones já tinha se passado para o partido Avante e lançado a própria candidatura a presidente da República, para ganhar visibilidade e conseguir a reeleição na Câmara.

Como sua palavra não vale uma nota de três dólares, na reta final Janones decidiu apoiar Lula e passar a participar das redes sociais do PT. A manobra deu certo. Como o PT não tinha candidatos fortes em Minas, Janones reelegeu-se facilmente, com 239 mil votos. Com essa votação, conseguiu se infiltrar no grupo de Transição do governo, de olho num ministério, mas Lula deixou-o no freezer.

Desde então, Janones tenta prestar serviços ao governo do PT, agarrando-se a qualquer oportunidade e contando com apoio da imprensa petista, que o transforma numa celebridade.

CONTRA MORO – Em 2018, quando proclamou que não apoiaria Lula nem Bolsonaro, Janones era admirador da Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro. Mas mudou totalmente de ideia ao se aliar ao PT para se reeleger.

Agora, ataca a Lava Jato a todo momento. Neste sábado, chegou a ponto de proclamar que “a prisão de Sergio Moro é questão de tempo”, ao comentar nas redes sociais o vazamento de um áudio que mostra uma conversa entre o empresário corrupto Tony Garcia e Sergio Moro, na época em que o parlamentar ainda era juiz.

Quem escuta o áudio, que é de 2005, dez anos antes da Lava Jato, percebe é uma conversa entre um juiz e um criminoso que faz delação premiada dos cúmplices, tentando se livrar com condenação mínima. Apenas isso. No entanto, a imprensa está fazendo um escarcéu em cima desse tipo de declaração de Janones, totalmente sem base e altamente difamatória.

BALANÇO DE JUNHO – Como sempre fazemos no início de cada vez, vamos publicar o balanço das contribuições que nos permitem buscar a utopia de manter um espaço livre na web, para discussão dos problemas brasileiros, sem vinculação partidária ou ideológica de qualquer natureza.