Pedro do Coutto
O presidente Lula da Silva, em matéria de erros políticos na segunda-feira, cometeu dois colossais: elogiou o ditador Maduro e reagiu de forma fraca na defesa do Meio Ambiente. Desconheceu as prisões políticas, a censura à Imprensa e a fraude eleitoral para reelegê-lo indefinidamente. Lula omitiu tudo isso.
Restabelecer as relações diplomáticas entre o Brasil e a Venezuela está perfeito. A Venezuela, inclusive, é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Mas exagerou na dose recebendo Maduro com tapete vermelho. O governo na Venezuela já foi reconhecido pela ONU por violações aos direitos humanos e pela censura à Imprensa. Em matéria de liberdade política não há o que comemorar com Maduro. O presidente Lula errou; não precisava exaltá-lo.
REAÇÃO – No caso do Meio Ambiente foi lamentável a sua fraca reação diante dos obstáculos encontrados para reverter, na esfera do Legislativo, o total absurdo do parecer do deputado Isnaldo Bulhões que esvazia os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, bases de sua campanha eleitoral vitoriosa em outubro do ano passado.
Gabriel Sabóia, Camila Turtelli e Sérgio Roxo, O Globo, destacam o pouco empenho de Lula em reverter a situação criada pelo parecer de Isnaldo Bulhões, esperando revertê-lo e permitir que a Medida Provisória seja aprovada com os cortes propostos. É uma demonstração de fraqueza e deixa um sinal de que uma parte do seu próprio esquema parlamentar é favorável à exploração de petróleo na foz equatorial do Rio Amazonas. Não podia ter agido assim; o que vai lhe causar fortes reflexos junto à opinião pública.
Para o Estado de S. Paulo, matéria de Giordanna Neves, Caio Spechoto, Iander Porcella, Fernanda Trisotto, Amanda Pupo, e Isadora Duarte, o governo decidiu buscar acordos para poder manter as pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas depois da aprovação da MP, cujo prazo de validade termina hoje. Vejamos que medidas serão essas depois da tempestade.
SELIC – Lucas Bombana, Folha de S. Paulo de segunda-feira, desenvolve opiniões surgidas no mercado financeiro de que a taxa Selic em dezembro recuará para 12,5% ao ano.
Na minha opinião, trata-se de manobra do próprio mercado para reduzir a pressão contra o nível atual dos juros. Nada mais do que isso.