Saudades do Estatuto da Gafieira! Por José Adalbertovsky Ribeiro 

Dedico este artigo ao meu colega Billy Blanco, autor do Estatuto da Gafieira  

Por José Adalbertovsky Ribeiro – Jornalista e escritor 

MONTANHAS DA JAQUEIRA –  Ucrânia é aqui. A cada momento explode um míssil nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz. As tripas e o coração de Pindorama estão fraturadas e estão sangrando. É sangria desatada. A quem interessa encharcar nossas terras auriverdes de sangue, suor e lágrimas? O Brazil não merece ser uma Venezuela.

Nenhuma Nação prospera em meio a conflagrações ideológicas e chafurdaçoes. O Brazil precisa de estabilidade social para trabalhar e  prosperar. Quadrada, a roda não anda. Ao ser pacificado, o Brazil precisa tocar a mãos na roda para ser feliz. Os senhores das guerras ideológicas decretaram que os inimigos entre si devem ser exterminados, estraçalhados.

Nos tempos da anistia (1979) o general-presidente Ernesto Geisel falou para o líder Ulisses Guimarães: “Segure seus radicais que eu seguro os meus radicais”. A palavra de ordem dos líderes das seitas de agora é a seguinte: “Vamos atiçar nossos radicais para se engalfinharem uns com os outros”. A palavra de ordem é sangrar e  esfolar os inimigos até a última gota de hemoglobina.

Os vitoriosos deveriam ser magnânimos. Prestigiar o líder dos depredadores do MST em viagem à China e hostilizar o agronegócio ao chamar produtores rurais de “fascistas”, isto sinaliza radicalização ideológica. Quem exporta grãos e alimentos, gera riquezas e reservas para a economia é o agronegócio industrializado e mecanizado. O MST produz depredações e mal gera sustento para suas famílias. Os desvalidos do movimento são massa de manobra para profissionais de invasões de propriedades sustentados por ONGs parasitárias. Bárbaros ogros depredam laboratórios de pesquisas, desrespeitam o direito de propriedade e matam rebanhos. Reforma agrária de verdade pressupõe infraestrutura em eletrificação rural, mecanização e irrigação. O mais é demagogia e retórica vazia.

Nos tempos inocentes havia chafurdações, pra cima e pra baixo do pescoço tudo era canela. A malandragem obedecia ao estatuto da gafieira. “Moço, olha o vexame! O ambiente exige respeito. Pelo artigo 120/ o distinto que fizer o seguinte: subir na parede/ dança de pé pro ar/ debruçar-se na bebida sem querer pagar/ abusar da umbigada/ de maneira folgaz/ prejudicando hoje/ o bom crioulo de amanhã/ será distintamente censurado./ Se balançar o corpo/ vai pra mão do delegado”.

O que fizeram com nosso Brazil? Revogaram o Estatuto da Gafieira, uma instituição nacional de responsa. Somente restou o capítulo da Umbigada, e o povo brasileiro continua a levar umbigadas, impunemente. As majestades nacionais, de maneira folgazã, debruçam-se nos cofres públicos e mandam a conta para os Zés Manés. “Pelo artigo 120” da letra do Estatuto, os dançarinos que tentam subir na parede vão pra mão do delegado para serem presos, censurados e esculachados. O delegado virou o “caveirão” e ao invés do samba de breque, a onda agora é o batidão do punk e do funk.

Ah que saudades do Brazil brasileiro do Estatuto da Gafieira! Eu era feliz. Ziriguidum!