Por CLAUDEMIR GOMES
O Náutico estreia, nesta terça-feira – 02/05/2023 -, no Brasileiro da Série C, enfrentando o Manaus, na Arena Amazonas. Apesar da pouca visibilidade da competição, trata-se do campeonato mais importante dentre todos em que o clube alvirrubro esteve presente nesta temporada. Ascender a Série B é uma questão vital para o time dos Aflitos.
Há dez anos longe da Série A, categoria que reúne os 20 melhores clubes do futebol brasileiro do momento, última participação foi na edição de 2013, o Náutico começa a perder visibilidade no retrovisor dos investidores do futebol brasileiro. Ao deixar de figurar na “elite nacional”, o clube passa a ser tratado como um subproduto.
Dentro da nova ordem mundial, onde não existem mais barreiras, os clubes brasileiros passaram a disputar espaço com os grandes clubes europeus e mundiais, isso porque, as competições de lá, ocupam espaços cá. O cardápio oferecido aos torcedores traz opções variadas com futebol de alto rendimento.
Em qualquer lugar do mundo, primeiro é primeiro e terceiro é terceiro. Sendo assim, fica difícil, por mais apaixonado que seja o torcedor, assistir a um jogo do Real Madri com o Barcelona, e em seguida, ver uma partida entre Náutico e CSA, ou outro qualquer confronto da Terceira Divisão Nacional. Questão de qualidade.
Dentro deste contexto, o título brasileiro conquistado pelo Náutico em 2019 – Campeão Brasileiro da Série C – de pouco valeu para o clube dos Aflitos, além de massagear o ego do torcedor alvirrubro momentaneamente.
Dar um salto de qualidade, que seria traduzido com o acesso a Série B, é fundamental para o futuro do Náutico. O torcedor alvirrubro fez esta leitura quando foi tolerante, e não fez grandes cobranças diante dos insucessos somados no Pernambucano, Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Ele entendeu que o time avançou nas respectivas competições dentro de suas possibilidades.
A diretoria do Clube dos Aflitos bancou o técnico Dado Cavalcanti. O treinador alvirrubro faz parte de um grupo de profissionais que ficou a dever o plus que se esperava após surgimento promissor. Dado, como tantos outros, não conseguiu ultrapassar a linha dos técnicos medianos. Sabemos que o treinador de futebol é um dos profissionais mais sacrificados, e injustiçados, no futebol brasileiro. Isto é fato. Portanto, não basta dar um salto de qualidade, o desafio é se manter no patamar alcançado.
A vida segue sempre pra frente. O que anda para trás é a alma, levada por lembranças. Sendo assim, não adianta ficar falando de sucessos do passado, tem que ser vencedor no presente. Esta é a lei do futebol.
Dado trabalha com este grupo desde o ano passado. Já disputou várias competições. Não logrou êxito em nenhuma. Portanto, está na hora de retribuir o crédito que lhe fora depositado com a conquista de uma vaga de acesso. Feito imprescindível para o futuro do Náutico, e para a carreira do treinador.
A reconquista da visibilidade não tem preço, mas desaparecer do retrovisor dos investidores é morte lenta na certa.