Por CLAUDEMIR GOMES
A expressão – “Virada de Chave” – tem sido bastante usual, nos programas esportivos, para viabilizar o entendimento do torcedor do Sport, a maratona de jogos que o time rubro-negro enfrentará até o dia 3 de maio, cumprindo tabela em quatro competições: Campeonato Pernambucano; Copa do Nordeste; Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série B.
Detalhe: com exceção do Brasileiro, onde a equipe leonina da Ilha do Retiro, ficará de fora das duas primeiras rodadas – os jogos serão remanejados Deus sabe pra quando – todas as outras partidas, num total de seis, são de caráter decisivo. Dentro deste contexto, o empate com o Coritiba (3×3), no Couto Pereira, que marcou a estreia do Sport na Copa do Brasil, ficou de bom tamanho.
Se para o torcedor, a “Virada de Chave”, não é uma coisa de fácil entendimento, para o grupo de jogadores é tão desafiador quanto resolver o Teorema de Pitágoras. Afinal, embora as partidas sejam de caráter decisivo, cada competição tem suas peculiaridades. O desafio do treinador consiste em posicionar todas num mesmo patamar, mesmo existindo a imposição natural, oriunda da diferença técnica dos adversários.
O Sport disputou a semifinal do Pernambucano na Sexta-feira Santa. Depois encarou uma viagem até o Paraná para enfrentar o Coritiba. No retorno do Sul do País vai enfrentar o Retrô, sábado, no primeiro jogo da final do Estadual. Em seguida viaja até Fortaleza para medir forças com o Ceará no primeiro confronto válido pela decisão do título da Copa do Nordeste. Quando regressar ao Recife, fará o jogo final do Pernambucano com o Retrô, dia 22 de abril, na Ilha do Retiro. Na quarta-feira, dia 26, recebe o Coritiba no jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Em seguida viaja para São Paulo, onde no domingo 30, enfrenta o Novorizontino, em partida válida pela terceira rodada da Série B. De volta pra casa, no dia 3 de maio, recebe o Ceará na Ilha do Retiro, no jogo final da edição de 2023 da Copa do Nordeste. Doravante, não haverá mais “Virada de Chave”, e o leão concentrará toda a sua atenção na Série B.
Na receita deste angu de caroço existem pitadas e doses cavalares de ansiedade, cansaço, otimismo, pessimismo, amargura, nervosismo, stress…, enfim, um conjunto de fatores atuando simultaneamente no grupo onde as reações diferem de indivíduo para indivíduo. Eis a razão pela qual, o comandante que tem bom conhecimento da disciplina motivacional agrega bastante numa decisão. Fome de bola todos têm. Fome de vitória poucos demonstram ter.
As constantes “Viradas de Chave”, dão nó na cabeça de muita gente, mas no futebol existem coisas que são imutáveis, como a qualidade técnica individual dos jogadores, e a harmonia do conjunto. A capacidade de superação de toda equipe tem seu limite.
O primeiro confronto do Sport com o Coritiba, deixou evidente que, nos momentos em que a equipe pernambucana alinhou qualidade com fome de vitória, envolveu o adversário. Quando não conseguiu tal conjunção, se viu obrigada a “chupar” uma manga azeda.
