Por CLAUDEMIR GOMES
Alvirrubros e tricolores estão vivenciando uma autêntica via crucis nesta Semana Santa. A ressureição de ambos está sendo esperada no Campeonato Brasileiro. Vejamos o que acontecerá com o Sport no jogo com o Petrolina, programado para a Sexta-feira Santa.
Segundo os preceitos da Igreja Católica Apostólica Roma, a Sexta-feira Santa é um dia santo de guarda, ou seja, tem que ser respeitado. Aliás, a julgar pelos ensinamentos que me foram repassados, se trata do momento mais sublime. O Papa Francisco sabe disso. O que ele desconhece é que, quando milhões de fiéis estiverem, nesta sexta-feira – 7/4/2023 – acompanhando a procissão do Senhor Morto, a bola vai estar rolando na Ilha do Retiro.
Coisa de fariseu!
Por conta de um calendário maluco, e até desumano, os dirigentes do futebol acham que pode tudo. Antigamente, um jogo de futebol profissional na Sexta-feira Santa seria classificado como “pecado mortal. Mas, como os tempos mudaram, o que antes era, um grave desrespeito a religião, hoje não passa de um pecadinho esportivo.
Aliás, a FPF abriu um precedente em 2016, quando na Sexta-feira Santa daquele ano, a Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Dunga, enfrentou o Uruguaio, na Arena Pernambuco, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa da Rússia. O castigo foi imediato: o Brasil construiu uma vantagem de 2×0, com relativa facilidade, mas o Uruguai empatou o jogo que terminou em 2×2. Por cometer o pecado de jogar num dia santo de guarda, a Seleção Brasileira ainda não acertou o pé. Os dirigentes não sabem o que fazer para a remissão de tal pecado.
Padre Petronilo; Padre Leitão; Padre Genaro e Padre Rolim foram os párocos que me repassaram muitos ensinamentos religiosos em Carpina. Após a Missa do Lava Pés, que é celebrada na quinta-feira, e representa a última ceia de Cristo com os apóstolos, era decretado o feriado santo que se estendia até a sexta-feira. Neste espaço de tempo os padres diziam que, nem pelada a gente podia jogar. Acredito que era por conta dos palavrões que afloram de forma natural num “rasga”.
Estava conversando cá, com meus botões, traçando um paralelo de suas situações que serão vivenciadas no mesmo horário, no Recife, nesta Sexta-feira Santa: enquanto milhares de católicos praticantes acompanham a procissão pelas ruas do centro da Capital Pernambucana cantando, “Avé, Avé, Avé Maria…”; a alguns quilômetros, no estádio da Ilha do Retiro, milhares de leoninos estarão gritando: “Juiz fdp; VAR de merda; vai tomar… Pelo Sport tudo!”.
Sinais dos tempos!
Não podemos parar no tempo. A própria Igreja Católica se moderniza para entrar em sintonia com a nova ordem, contudo, algumas coisas deveriam ser imexíveis por conta de uma coisa fundamental a toda família, a toda sociedade: o respeito.
A Páscoa representa a passagem de uma vida, para outra melhor. Através dela passamos a entender os ensinamentos da Igreja Católica de que não existe um ponto final em nossas vidas.
Promover jogo na Sexta-feira Santa é um pecado cabeludo. Não sei quem vai carregar este fardo para o outro “lado”.
