Credit Suisse pode ser vendido por preço apenas simbólico
Deu na Folha
O UBS se ofereceu para comprar o Credit Suisse por até US$ 1 bilhão (R$ 5,28 bilhões, ao câmbio atual), com as autoridades suíças planejando mudar as leis do país para evitar uma votação dos acionistas sobre a transação enquanto correm para finalizar um acordo antes de segunda-feira.
O acordo de ações entre os dois maiores bancos da Suíça pode ser assinado neste domingo (19) à noite e será cotado a uma fração do preço de fechamento do Credit Suisse na sexta-feira.
ABAIXO DA COTAÇÃO – A oferta foi comunicada na manhã de domingo com um preço de 0,25 francos suíços (R$ 1,43) por ação a ser pago em ações do UBS, muito abaixo do preço de fechamento do Credit Suisse de 1,86 francos suíços (R$ 10,64) na sexta-feira, disseram as fontes.
A negociação ainda está em andamento, e não há garantia de que os termos permanecerão os mesmos ou que um acordo será alcançado, enfatizaram todos os envolvidos ouvidos.
Algumas das pessoas disseram que os termos atuais eram injustos para o Credit Suisse e seus acionistas. Outros criticaram os planos de anular as regras normais de governança corporativa, impedindo o voto dos acionistas do UBS.
EXIGE SALVAGUARDAS – O UBS está buscando concessões e proteções do governo, particularmente de quaisquer processos legais pendentes e investigações regulatórias sobre o Credit Suisse que possam resultar em multas ou prejuízos, informou o FT. No entanto, é improvável que receba indenização por quaisquer perdas em ativos, disse uma das negociadores envolvidas.
O UBS também quer ser autorizado a introduzir gradualmente quaisquer demandas extras que enfrentaria sob as regras globais de capital que governam os maiores bancos do mundo.
Embora os termos atuais avaliem o patrimônio do Credit Suisse em até US$ 1 bilhão, o valor não reflete provisões adicionais que o banco central da Suíça (SNB) fará para garantir que o negócio seja fechado.
CRÉDITO EMERGENCIAL – Ambos os lados estão em discussões com os reguladores desde quarta-feira, quando o Credit Suisse pediu ao SNB uma linha de crédito emergencial de 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões, ou R$ 285 bilhões).
Quando esse mecanismo falhou em deter uma queda no preço de suas ações e impedir que clientes em pânico retirassem seu dinheiro, o banco central interveio para forçar uma fusão depois de ficar preocupado com a viabilidade do segundo maior credor do país.
A saída de depósitos do Credit Suisse superou 10 bilhões de francos suíços (R$ 57 bilhões) por dia no final da semana passada, informou o Financial Times. Os clientes retiraram 111 bilhões de francos suíços (R$ 635 bilhões) do grupo nos últimos três meses do ano passado.
MEDIDAS DE EMERGÊNCIA – O governo está preparando medidas de emergência para acelerar a aquisição e planeja introduzir uma legislação que contornará o período normal de consulta de seis semanas exigido para os acionistas do UBS para que o acordo possa ser selado imediatamente, disseram as pessoas.
O UBS encolherá drasticamente o banco de investimentos do Credit Suisse, de modo que a entidade combinada não representará mais do que um terço do grupo resultante da fusão, disseram duas das pessoas.
No entanto, a proposta válida no momento para o acordo não especifica o que acontecerá com as divisões de negócios individuais do Credit Suisse; simplesmente descreve uma aquisição de 100% do grupo.