Pfizer: Diretor tinha contato no Twitter para censurar críticos

Mensagens contrárias ao imunizante eram denunciadas ainda que tivessem base científica

Frascos da vacina da Pfizer contra Covid-19 Foto: EFE/EPA/Daniel Pockett

O repórter Alex Berenson teve acesso a informações internas do Twitter. Berenson descobriu que um diretor da Pfizer tinha canal direto com a rede social para denunciar publicações de quem levantava dúvidas sobre a vacina.

Segundo a reportagem, o médico Scott Gottlieb, membro do conselho diretor da farmacêutica fabricante da vacina contra Covid-19, pedia a censura de publicações, inclusive de mensagens postadas por outros médicos.

Um dos tuítes que Gottlieb pediu censura era de um ex-colega seu, o médico Brett Giroir, que falava sobre a imunidade natural ser superior à imunidade da vacina.

– Está claro agora que a imunidade natural à Covid-19 é superior à imunidade da vacina, e muito. Não há justificação científica para usar a vacina como prova [de imunidade] se uma pessoa teve uma infecção prévia. A diretora dos CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] e o presidente devem seguir a ciência. Você não teve uma infecção prévia? Vacine-se! – dizia Giroir que, assim como Gottlieb, trabalhou na Administração de Alimentos e Drogas (FDA), agência sanitária governamental dos Estados Unidos.

O pedido para censurar o médico foi feito por esse canal direto. Quem recebeu a mensagem foi Todd O’Boyle, apontado como o principal intermediário entre o Twitter e o governo dos Estados Unidos.

Mesmo sem violar as regras da plataforma, a mensagem de Giroir ganhou o selo de “enganoso”, assim, ela não poderia ser compartilhada, respondida, nem curtida pelos outros usuários. O conteúdo, porém, era verdadeiro e tem base científica.

Para seguir aos interesses da farmacêutica, que faturou 40 bilhões de dólares vendendo vacinas contra Covid-19, apenas em 2021, o diretor da Pfizer conseguiu censurar outras pessoas, incluindo quem se posicionava contra a vacinação de crianças.

O jornalista Alex Berenson compartilhou essas e outras informações sobre o caso em seu site pessoal e agradeceu ao novo dono do Twitter, Elon Musk, por abrir esses documentos.