Helicóptero, Força Nacional, PM e drone, para “reprimir” três manifestantes

Casal de “terroristas” chegou primeiro e foi logo cercado…

Ranier Bragon, Danielle Brant e Fábio Pescarini
Folha

Depois dos ataques golpistas de domingo (8), a Esplanada dos Ministérios abrigou nesta quarta-feira (11) um forte esquema de segurança que contou com centenas de policiais militares, bombeiros, helicóptero, drone, Força de Segurança Nacional e polícia montada, que se espalharam por oito pontos de bloqueio. Ao final, porém, só três manifestantes bolsonaristas apareceram para o ato convocado via redes sociais.

Às 18h, horário marcado para o protesto no Distrito Federal, não havia nenhum bolsonarista. Meia hora depois, um casal de manifestantes com a camisa da seleção brasileira e um homem se posicionaram em frente ao Congresso. Eles ficaram até as 19h15, quando foram embora.

DIZ O INTERVENTOR – O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, nomeado interventor na segurança do Distrito Federal após os ataques de domingo, inspecionou a segurança na Esplanada e ouviu informe de agentes da PM sobre o reforço no local.

Ele não considerou excessivo o contingente policial desta quarta, afirmando que os serviços de inteligência detectaram que a possibilidade de protesto era real.

“Foi suficiente diante do que a gente assistiu no dia 8. Prudência não faz mal a ninguém, O efetivo aqui de forma alguma comprometeu a segurança do Distrito Federal, mas a gente fez um esforço extra de mobilização porque é importante sinalizar para o Brasil e para o mundo que a capital federal está segura”, afirmou o interventor.

DIZ O CASAL – O casal que compareceu ao ato afirmou não concordar com o quebra-quebra de domingo. E disse que chegou a ir algumas vezes ao acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército, desfeito na segunda-feira (9).

“Eu fui lá na segunda, eram umas 10h, aí cheguei, vi aquele cordão de isolamento, fui e ninguém me parou. Quando cheguei no acampamento, uma pessoa me falou: ‘Ô rapaz, o que você tá fazendo aqui, cara? A gente vai para a Polícia Federal!’ Aí eu disse, ‘o quê?’ Peguei a minha bicicletinha e saí de novo, fui embora. Ninguém me parou, graças a Deus”, disse o aposentado Jefferson Mario, 62.

Mais cedo, o interventor na segurança do DF havia sido questionado sobre quem teria responsabilidade principal nos atos de 8 de janeiro. Em resposta, disse que “não foi à toa” que o ministro Alexandre de Moraes (Supremo Tribunal Federal) decretou a prisão do ex-secretário de segurança do Distrito Federal Anderson Torres.