Fisiologismo explícito

Blog do Kennedy

Depois de acertar a indicação do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) para a Secretaria de Governo, o presidente suspendeu a nomeação. A conta do Palácio do Planalto no Twitter chegara a anunciar a posse de Marun no lugar de Antonio Imbassahy.

Mas houve reações duras do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os dois são aliados importantes de Temer e barraram a nomeação de Marun, que havia se reunido com Temer e acertado que não disputaria a reeleição em 2018 a fim de ficar no posto até o fim do governo.

Temer também discutira a indicação com o PMDB da Câmara e outras forças do Centrão, grupo que reúne legendas conservadoras no Congresso. Agora, o presidente está refazendo os cálculos.

Com Marun, avaliava que teria os votos para aprovar a reforma, porque o PSDB e a maior parte do Centrão se comprometeriam a apoiar o projeto. Mas os tucanos votaram apenas uma recomendação de voto e não fecharam questão.

O discurso tucano pró-reforma da Previdência é dúbio. Serve para justificar o rompimento com o governo, suavizando o fato de que os tucanos estão saindo por cálculo político depois de terem avalizado a ascensão do PMDB ao poder.

Há uma parcela da bancada de deputados federais que não quer votar a reforma da Previdência. A indicação de Marun serviria de pretexto a reforçar essa resistência na bancada tucana, alertou Aécio.

Temer está inclinado a bancar Marun, mas isso vai depender da conta de chegada para votar a reforma da Previdência. Uma ala tucana deseja romper com o governo, pero no mucho. O motivo são benesses oficiais fundamentais para fortalecer candidaturas em 2018.