Temer se reúne com deputados a dois dias de votação da denúncia na Câmara

Reunião foi convocada para ajustar detalhes da estratégia do governo para a votação de quarta. Presidente quer identificar possíveis mudanças nos votos em relação à primeira denúncia.

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 Por Guilherme Mazui

O presidente Michel Temer recebeu na noite desta segunda-feira (23) parlamentares aliados no Palácio da Alvorada. O encontro foi convocado para discutir a votação na Câmara do parecer que recomenda a rejeição da denúncia contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Temer chegou ao Palácio da Alvorada por volta das 19h30. Pouco depois, Padilha também chegou ao encontro.

Entre os presentes à reunião, conforme a assessoria da Presidência, estavam 13 deputados, entre os quais o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Beto Mansur (PRB-SP).

Além dos parlamentares, também participaram do encontro os ministros da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. Encerrada a reunião, Temer ofereceu um jantar aos deputados e ministros.

Dois dos presentes no encontro afirmaram que foi repassada a projeção de votos para quarta de todas as bancadas dos partidos da base, citando deputado por deputado com a respectiva tendência de posicionamento. O mapa indicou vitória do governo por placar próximo ao da primeira denúncia contra Temer.

Em agosto, 263 deputados votaram para não autorizar o prosseguimento da acusação.

O presidente Michel Temer (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O presidente Michel Temer (Foto: Marcos Corrêa/PR)

 

A intenção do presidente é identificar deputados que o apoiaram na votação da primeira denúncia, em agosto, mas que agora consideram mudar de posição. Nesses casos, haveria tempo para o governo trabalhar para reverter a potencial perda do voto.

Durante o final de semana, deputados e ministros trabalharam nos mapas da votação e demonstram confiança da vitória do governo.

A sessão que vai decidir o futuro da acusação da Procuradoria Geral da República (PGR), por obstrução de Justiça e organização criminosa, está marcada para a próxima quarta (25).

Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa decidir se abre ou não uma ação penal contra o presidente e os ministros, é preciso autorização da Câmara.

No caso de aval à Corte, os parlamentares terão que se posicionar contrários ao parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na semana passada.

Para isso, o parecer que recomenda a rejeição da denúncia precisa ser derrotado por ao menos 342 dos 513 deputados.