O jornalista Josias de Souza, no UOL, destaca um voto não muito antigo de Cármen Lúcia, quando a ministra indeferiu o pedido de liberdade de um deputado estadual de Rondônia acusado de corrupção.
Para manter o personagem atrás das grades, a ministra desconsiderou sua imunidade parlamentar. Sustentou a seguinte tese:
“Imunidade é prerrogativa que advém da natureza do cargo exercido. Quando o cargo não é exercido segundo os fins constitucionalmente definidos, aplicar-se cegamente a regra que a consagra não é observância da prerrogativa, é criação de privilégio. E esse, sabe-se, é mais uma agressão aos princípios constitucionais, ênfase dada ao da igualdade de todos na lei.”
A posição da ministra prevaleceu na Primeira Turma do Supremo por 3 votos a 2. E o então deputado José Carlos de Oliveira, acusado de comandar uma quadrilha que desviara R$ 50 milhões dos cofres estaduais, ficou preso.
Tal voto serviu de inspiração para o colega Teori Zavascki que, antes de morrer num acidente aéreo, deu à luz o voto que resultou, no ano passado, no afastamento do então deputado federal Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Câmara.
Tendo como base o voto de Cármen, o saudoso Teori foi seguido pela unanimidade dos ministros do Supremo.
Na última quarta-feira, decorridos 11 anos, a presidente do STF decidiu destruir sua própria honra ao votar contra a própria instituição na qual preside.
Cármen vendeu a supremacia da Corte à políticos bandidos envolvidos na Lava Jato.
Se a ministra não for uma psicopata a ponto de conseguir dormir com tudo que sabe e o que fez com o Brasil, consigo imagina-la chorando em posição fetal debaixo do chuveiro.
