A maioria dos animais que viviam em zoológico foram mortos por bombas
Os seis anos de guerra civil na Síria não fizeram apenas vítimas humanas.
A maioria dos 150 animais que viviam no zoológico Mundo Mágico, em Aleppo, foram mortos por bombas. Os sobreviventes estavam a mercê da própria sorte em meio às ruínas do local.
Abandonados em suas jaulas e passando fome e sede, seu futuro era incerto – até uma missão de resgate levá-los para um novo lar.
Os donos do zoológico, localizado nos arredores da cidade, haviam fugido por causa do conflito, que já matou centenas de milhares de pessoas e obrigou cinco milhões a deixarem o país – há outros seis milhões de refugiados ainda dentro de suas fronteiras.
A cidade de Aleppo foi uma das mais afetadas, alvo de um cerco de vários meses no ano passado que interrompeu o fornecimento de água, eletricidade e alimentos.
Quando chegaram ao local, os integrantes da missão organizada pela ONG Four Pawns International, com o apoio do governo turco, encontraram 13 animais sobreviventes: cinco leões, dois tigres, dois ursos, duas hienas e dois cachorros.
Eles estavam traumatizados física e psicologicamente, disse o médico veterinário Amir Khalil, líder da missão.
“Não havia o que eles pudessem fazer para escapar dessa armadilha mortal.”
O pouco de comida e água que recebiam vinha dos moradores que permaneceram ali.
Depois, finalmente foram para sua nova casa, um santuário de animais na Jordânia.
Mas por que resgatar animais e não pessoas?
“É como disse a Madre Teresa: “Não faço grandes milagres, mas faço vários pequenos milagres” e foi isso que escolhi fazer”, afirmou Eric Margolis, patrocinador da empreitada.
“Ninguém queria patrocinar essa ousada missão de resgate.”
Um dos animais salvos é uma leoa que estava grávida. Poucas horas depois de chegar ao seu novo lar, ela deu à luz a um leãozinho.