O PSDB manteve a tradição de ficar no muro, que se traduz na continuidade da dubiedade em relação ao governo Temer. Em reunião ontem em Brasília, prevaleceu a acomodação. O senador Tasso Jereissati (CE) foi mantido interinamente na presidência do PSDB e disse ser “página virada” a discussão sobre abandonar o governo Temer.
Uma decisão contra Tasso agora, no sentido de tirá-lo do comando do partido por causa do programa de TV e rádio do PSDB na semana passada, causaria um racha no partido com risco de perda de parlamentares para o DEM. O PSDB já se encontra dividido em relação à candidatura presidencial. Existe uma disputa entre o governador Geraldo Alckmin e o afilhado político dele, João Doria Jr., pela candidatura tucana ao Palácio do Planalto.
Por ora, Alckmin leva vantagem no jogo interno do PSDB. Tem maior apoio da máquina partidária. Cresce a possibilidade de o partido escolher o candidato em dezembro, quando renovará a direção da legenda. A antecipação da candidatura é prejudicial ao prefeito de São Paulo. Alckmin conta ainda com um desgaste administrativo de Doria, devido à série de viagens pelo Brasil e dificuldades reais de gestão na cidade de São Paulo.
Já Doria aposta num fato consumado: ganhar peso nacional e ficar numa posição de tamanha vantagem em relação a Alckmin nas pesquisas que o PSDB se veja obrigado a lançá-lo candidato.
Com tanta divisão interna, a acomodação entre governistas e oposicionistas joga a briga para o futuro. É uma estratégia correta e também a possível no momento. Indiretamente, houve uma vitória de Temer, que segurou o PSDB na maior crise do seu governo.(Blog do Kennedy)