A Proteste testou 20 marcas. Oito foram reprovadas. Quatro diziam ser extra virgem, mas eram comuns, e outras quatro nem azeite eram.
A Associação de Defesa do Consumidor Proteste testou 20 marcas de azeite vendidas nos supermercados. Oito foram reprovadas e destas, quatro foram consideradas adulteradas. .
Você saberia a diferença de um azeite para o outro? Muitas vezes quando o consumidor se depara com uma gôndola cheia, com uma grande variedade de azeite de oliva extra virgem, ele não sabe qual deles comprar. Uma coisa é fato: olhar a embalagem, ler o rótulo e ver o preço nem sempre são garantias de boa qualidade.
Vinte marcas de azeite de oliva extra virgem vendidas no Brasil passaram por análise em laboratório. E oito foram reprovadas. Quatro diziam ser extra virgem, mas eram azeites comuns. E quatro nem eram azeites. A marca nacional Pramesa e as portuguesas Figueira da Foz, Tradição e Quinta D’Aldeia, tinham o produto adulterado.
“Nós encontramos fraudes com outros tipos de óleos vegetais sendo adicionados nos produtos, o que não é permitido por lei, e outras quatro nós identificamos uma classificação errada. Neste caso, nós estamos solicitando a retirada dessas oito marcas do mercado”, diz Pryscilla Casagrande, engenheira de alimentos da Proteste.
A equipe do Bom Dia Brasil foi a um restaurante fazer um teste. A repórter colocou um azeite bom e um azeite ruim na mesa, sem rótulo, sem garrafa, para ver o que as consumidoras achavam. A Luciana, a Andreia e a Margareth nem precisaram provar os azeites com pão. Só pelo cheiro, as três consumidoras acertaram quais eram o pior e o melhor.
De acordo com Pryscilla, muitos consumidores preferem o azeite extra virgem porque ele faz bem pra saúde. “Eles ajudam a equilibrar o colesterol no organismo, ou seja, eles ajudam a reduzir o colesterol ruim e manter o colesterol bom”, diz.
Pesquisas apontam que os azeites também têm substâncias que ajudam a prevenir doenças cancerígenas. Além de serem mais saudáveis, também dão um gostinho especial, principalmente nas saladas. “Eu coloco um azeite e o aroma é muito melhor. Um chefe de cozinha preza por isso, pelo aroma, pelo sabor, pela apresentação do prato”, explica o chefe Rodrigo Schweitzer.
Na hora da escolha é importante ver o nível de acidez do azeite extra virgem que deve ser abaixo de 0,8. E priorizar frascos escuros. Eles evitam que o produto sofra alterações. Aliás, o ideal é guardar o azeite no armário para evitar exposição à luz.
A marca Tradição disse que atende a todos os requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura e que a Proteste não tem competência para fiscalizar as marcas.
A marca Figueira da Foz disse que não há clareza sobre os métodos e nem sobre os lotes analisados.
A Quinta D’Aldeia informou que não foi notificada sobre os testes e disse que as análises da Proteste são tendenciosas e que vai tomar medidas judiciais.
O Bom Dia Brasil não recebeu retorno da marca Pramesa.
O Ministério da Agricultura declarou que no último teste feito em 2013, das onze marcas testadas, quatro foram desclassificadas. Entre essas marcas, três voltaram a ser reprovadas agora. Mas o Ministério informou que ainda não teve acesso ao resultado dessa nova análise.
A Proteste disse que as análises foram feitas em Portugal, por um laboratório credenciado ao Conselho Internacional do Setor de Azeites e ao Ministério da Agricultura do Brasil.