LUCIANO SIQUEIRA É UM POLÍTICO ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA

Por Henrique Barbosa

A política é muito cruel para quem não entende os seus postulados e as suas premissas. O que o cidadão faz na política tem que acreditar que tudo aquilo que defende é verdadeiro. Caso contrário, não é política. Vira politicagem, corrupção desvios etc. Atualmente, a maioria dos tratadistas e escritores se divide em duas correntes. Para uns, a política é a ciência do Estado; para outros é a ciência do poder.
Entendo que a finalidade política consiste em organizar a sociedade de tal modo que nela seja possível a cada cidadão viver uma vida virtuosa e feliz e não apenas materialmente confortável. Infelizmente não isso que está ocorrendo agora. A maioria dos políticos querem o poder pelo poder. E não estão preocupados com o bem público
É aí que entra, na minha visão, a figura política inatacável de Luciano Roberto Rosas de Siqueira. O atual vice-prefeito do Recife, é médico, escritor e político. Com o seu jeito maneiro, cordial e firme nas suas posições entrou na política para somar. Contudo, o seu jeito manso e calmo não significam timidez e enfrenta qualquer parada que estiver de acordo com suas convicções.
Natalense, veio para o Recife e ingressou nos Movimentos de Cultura Popular. A época o prefeito era Miguel Arraes. Já em 60 tornou-se líder estudantil e, posteriormente combateu o regime militar. Cassado, perdeu os direitos estudantis, fugiu e, de la pra cá, clandestinamente, chegou a ser ambulante no interior do Nordeste. Em 1974 foi preso e torturado. Em 1976, reconquistou a liberdade e foi à luta.
Deputado estadual eleito pelo PMDB, participou das mobilizações pela Anistia, Diretas Já, Constituinte de 88, Fora Collor e unificação das esquerdas em Pernambuco.
Não Parou. Focado no Recife, e filiado ao PC do B, aceitou ser candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por João Paulo, do PT. A chapa ganhou a eleição municipal, governou de 2000 a 2004 e de 2005 a 2008, voltou ao cargo numa reeleição vitoriosa em primeiro turno.
Nenhuma crise na vice-governadoria durante um mandato de oito anos. Dentro da legalidade e com um profundo conhecimento dos pormenores e offs da política, saiu do mesmo jeito que entrou. Limpo!
Sem medo das urnas foi eleito vereador pelo Recife para o período de 2009 a 2012 com a segunda maior votação da história da capital Pernambucana. Cumpriu o mandato. Quando deu um tempo no exercício do executivo e foi para o legislativo, viu o início de uma crise violenta no PT que se arrasta até os dias de hoje.

O Candidato de Lula foi rejeitado pelo prefeito João Paulo e Humberto Costa teve que “fazer campanha” para outro petista, João da Costa que elegeu-se Prefeito.
Talvez tenha sido ai uma das poucas batalhas que Luciano Siqueira não conseguiu contornar e unir desafetos. Partido dos Trabalhadores onde conviveu por oito anos consecutivos ia por um caminho sem volta. O ódio entre os militantes, executivos e partidários era tão grande que sobrou para a gestão de João da Costa. Não conseguiu impor seu nome para a reeleição. Em seu lugar, entrou Humberto Costa e na vice João Paulo. A crise continuou e as desavenças internas aumentaram, ninguém se entendia e o PT ficou em terceiro lugar, perdendo o segundo lugar para Daniel Coelho, do PV.
Do lado vitorioso, o então governador Eduardo Campos lançou o seu secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape. Como Geraldo Julio não tinha disputado uma eleição majoritária precisava de alguém na chapa com a confiança, conhecimento e a credibilidade que o cargo de vice-prefeito exigiam. Não deu outra. Eduardo Campos apresentou Luciano Siqueira a Geraldo Julio e só exigiu uma coisa: tomar a Prefeitura do Recife do PT e manter a hegemonia política do PSB no Estado e na Capital. Missão cumprida na capital e na cidade vizinha Olinda com a reeleição de Renildo Calheiros, do PC do B, partido de Luciano.
Conheci Luciano Siqueira lá trás, quando era repórter de política do Diário de Pernambuco. Sempre educado e com as respostas na ponta da língua falava tudo o que queria ou podia, pois não é de passar informações que nós jornalistas classificamos como furo de reportagem. Como Miguel Arraes que em meio a pigarros, poucos sorrisos e muitos códigos só falava aquilo que o interessava.
Data Venia, Luciano Siqueira é sem frescuras, não anda com seguranças para impor poder, cumprimenta a todos e passa muita confiança em suas palavras. Hoje, nos dias de baixa na classe política , Luciano é uma referência de decência, ética, honestidade, capacidade, amizade, correção e uma visão de futuro que poucos possuem. Coragem e correção também são outros atributos deste político. Como integrante do PC do B não exitou em declarar seu voto em Dilma Roussef na campanha presidencial enquanto o prefeito fazia campanha para Aécio Neves. Pois é, este cidadão tem todos os requisitos de um político de bem.