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| Toda quarta-feira é dia de visitas na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Desde que foram presos os executivos das principais construtoras do país, na sétima fase daOperação Lava Jato, no dia 14, a quarta também se transformou no dia da “invasão” de terninhos, saltos altos e óculos de grife.
As mulheres, filhas e mães dos 14 presos (o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, completa a lista) chegaram discretamente. Algumas carregava mmalas executivas, com pertences a serem entregues ao visitado. Quase sempre com óculos escuros, elas informam seu nome à recepcionista. Nesta quarta (26), a primeira a chegar foi a mulher de Sérgio Mendes, vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Maura Alvim Mendes. Acompanhada de um rapaz, ela carregava uma mala de viagem da marca alemã Rimowa, de rodinhas – cujo modelo custa R$ 1.300. De óculos escuros, salto, terno preto e calça jeans, ela sentou numa das cadeiras da sala de espera do passaporte. A mesma discrição tiveram a mulher e as filhas do presidente da OAS, Leo Pinheiro. Na saída, as três ignoraram as perguntas dos jornalistas. Em silêncio, mas sorridentes, saíram da PF a pé, acompanhadas de advogados. ‘URUBUS E FRACASSADOS’A única a destoar foi a mulher de José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS. Acompanhada da sogra, ela respondeu que “não estava autorizada a falar”. Na saída, com o nariz um pouco vermelho, se irritou com a presença de jornalistas no saguão, apertou o passo, baixou a cabeça e mostrou o dedo para uma câmera. “Bando de urubus, fracassados. Isso que vocês são”, disse, enquanto andava em direção ao portão. “Se estudassem, não seriam jornalistas.” Logo em seguida, uma mulher que viu a cena comentou depois: “Pelo menos não roubam.” Os advogados da OAS pediram desculpas. “Ela está desesperada. É de um dos clientes mais humildes”, comentou um deles. |
