Governo equatoriano planeja expandir controle sobre a mídia privada

A corte constitucional equatoriana informou que a Assembleia Nacional pode ignorar um referendo para decidir se a Lei de Comunicação de 2013, que classifica a imprensa como um “serviço público” sujeito à regulamentação do governo, pode se tornar integrante da constituição.
Crédito:Governo do Equador
Medida de Rafael Correa pode controlar mídia privada no Equador
Segundo o Blog Jornalismo nas Américas, os opositores acreditam que a proposta de emenda constitucional remete a um momento decisivo no desmantelamento do jornalismo crítico no país. Defensores da imprensa livre temem ainda que a medida possa resultar num monopólio da mídia estatal.
O diretor da Fundação Andina de Estudos de Mídia e Observação, César Ricaurte, disse que há poucos veículos de comunicação privados que resistem em manter independência e que o presidente Rafael Correa censura a imprensa constantemente.
O jornal Hoy, por exemplo, que circulava há 34 anos e era conhecido por sua postura crítica ao governo, parou de publicar em junho. Foi o último e maior dos cinco principais diários equatorianos que saiu de circulação recentemente.
Em novembro do ano passado, a Fundamedios informou que o Estado equatoriano comandava 21 veículos de mídia. De acordo com Ricaurte, o número já cresceu para trinta. O relatório também destacou os gastos em publicidade pró-governo, especialmente durante o talk show semanal de Correa.
“Nunca houve, na história recente do Equador, um governo com uma política que tão frequentemente assedia a mídia privada”, declarou. ” E esse problema tem que ser resolvido pela aplicação de uma política constante de pressão contra a mídia privada”, acrescentou.