Conforme havíamos previsto, será muito difícil a imprensa manter a blindagem de Eduardo Cunha, candidato a presidente da Câmara dos Deputados.Miguel do Rosário O presidente do Congresso é o terceiro nome da sucessão presidencial. Se Dilma morrer (toc, toc, toc), assume Michel Temer. Se os dois morrerem, assume o presidente do Câmara. Então é impossível que não se discuta, a fundo, o passado de quem será o novo presidente do Congresso. Henrique Alves e Renan Calheiros atravessaram um verdadeiro calvário midiático antes de se afirmarem como presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. Ambos são lobistas da mídia, sendo que Alves é dono da concessão da Globo em seu estado, então isso naturalmente ajudou a atravessarem a fase mais difícil, e se consolidarem. Cunha tenta se blindar fazendo juras de amor à mídia, prometendo que vai “engavetar” qualquer regulação do setor. Não será suficiente. Se a imprensa corporativa o blindar, ficará exposta demais. Hoje, a Folha abriu a primeira fissura na blindagem de Cunha. Publicou matéria lembrando que o deputado já moveu mais de 50 ações contra a imprensa. A nota vem meio escondida na parte inferior da página A11, mas já é um começo. A matéria revela que, Cunha não é, exatamente, nenhum amigo da liberdade de imprensa. O tipo de postura de Cunha é particularmente odioso nas redes sociais e blogs. Porque a mídia até consegue suportar esse tipo de assédio judicial, por ser rica, mas ele é sempre profundamente antidemocrático em se tratando de uma figura pública, e lesa sobretudo veículos pequenos e independentes. O certo é que haja regulação da mídia, para haver direito de resposta imediato, evitando a indústria de calúnias. A indústria de processos contra jornalistas, porém, apenas beneficia os poderosos, tanto os da política quanto os da mídia, porque somente ambos tem recursos ilimitados para pagar advogados. Clique aí Folha. e leia a matéria do jornal na íntegra |