Da coluna de Fernando Rodrigues (…) Eleições como esta de 2014 são vencidas na política. Dilma fez o diabo, como ela própria disse que poderia fazer. Marina ficou paralisada, esperando a providência divina. E Aécio pensou que ser eleito presidente era como ganhar a eleição para governador de Minas Gerais. Imagine o que acontecerá se Dilma vencer a disputa com a fórmula que todos estamos vendo: muito tempo de TV + aliança ampla de partidos não-ideológicos (perdão pelo pleonasmo “partidos não-ideológicos”) + propaganda negativa tecnicamente perfeita quando as coisas apertam? Essa passará a ser a receita de ouro de todos os políticos, sejam candidatos a presidente, governador ou a prefeito. E daí? Daí que as forças hegemônicas farão de tudo e mais um pouco para jamais alterar as bases deste sistema perverso que permite a montagem de alianças na base da fisiologia, como Dilma, Lula e FHC já fizeram. Quem se importa que os debates no primeiro turno sejam um lixo, com figuras tristes como a de Levy Fidelix produzindo despautérios? O que importa é ganhar a eleição. E o modelo atual dá a muitos políticos o acesso ao paraíso. |