Apito inimigo, juiz ladrão

Carlos Brickmann

 Dilma foi muito bem no debate. Só estava irritada porque o jornalista José Paulo de Andrade foi agressivo com ela. Marina deu show no Jornal Nacional: se pareceu mandona, é porque o jornalista William Bonner insistiu em interromper suas frases, pedindo-lhe que deixasse as elucubrações de lado e respondesse às perguntas.

Aécio estava maravilhoso na na Globo, tinha respostas para todos os problemas nacionais, mas essa mania de ficar perguntando do aeroporto inibiu seu raciocínio e impediu que maravilhasse o país com seu programa. Que programa? Pronto: outro jornalista chato, que com toda a certeza estava a serviço dos adversários, querendo saber de coisas que o marqueteiro não tinha programado e portanto nem deviam ser lembradas.

Esclarecer o eleitorado? Besteira: o eleitor já sabe quão maravilhoso é o candidato, ou candidata. E, se não souber, este ser não-engajado não passa de uma besta, que não merece ser levada em conta por adeptos de candidatos tão ótimos.

Parece futebol: o mesmo torcedor, vendo um lance, varia sua interpretação conforme o time beneficiado. Aquilo que de um lado é mão na bola e, certamente, pênalti, é apenas bola na mão quando acontece do outro lado (e, claro, o lance ocorreu fora da área). O juiz nunca se engana: sempre rouba. E sempre rouba em benefício do time adversário.

Em última instância, golpismo. É disso que se trata. E, se não mudarmos a visão futebolística da política, esta visão pobre e reducionista do nós contra eles, um dia isso infelizmente vai dar certo.

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