Candidatos negam uso eleitoral e colhem imagens do guia

Evento grandioso, que atraiu mais de cinco mil pessoas, a Missa do Vaqueiro na sua 44ª celebração foi um prato cheio para políticos em campanha. O pátio estava cheio de gente vinda de várias regiões e de outros Estados, principalmente Ceará e Bahia. Um ambiente festivo e animado, com barracas de produtos típicos, acampamentos e um eleitor especial: o vaqueiro, o verdadeiro dono da festa.

Mas Paulo Câmara e Armando Monteiro, que vieram disputar o espaço no ato religioso, já que estão em campanha, negaram que estivessem fazendo do evento palanque eleitoral. “Estamos celebrando uma tradição de 44 anos, que é cultural e não política. Não vim aqui para pedir votos”, disse Câmara, que antes de chegar à tenda das autoridades fez questão de cumprimentar o povo e se apresentar como candidato.

Para ele, sua presença ali representava também o reconhecimento à cultura sertaneja. “Quando secretário de Turismo tive o privilégio de ajudar na organização do evento e na captação de recursos para sua realização”, disse o socialista. Comportamento semelhante apresentou o candidato do PTB. “Não vim aqui fazer palanque, mas participar de um ato cultural e religioso”, afirmou Armando. Para o candidato trabalhista, a Missa do Vaqueiro é um dos orgulhos pernambucanos, evento que entrou para o calendário cultural e turístico do Estado e que pela sua beleza e simbolismo construiu uma marca gloriosa.

“Não há quem chegue aqui e não se emocione com a cerimônia e com o seu ritual”, afirmou. Armando disse que, embora a missa seja um atrativo para todo mundo, inclusive para a classe política, não pode ser explorada eleitoralmente. “Vim aqui para rezar com os vaqueiros, me emocionar e me associar à luta de todos eles. A missa é um grito em favor do Sertão, da sua gente sofrida e dos vaqueiros desbravadores”, afirmou.

Os bastidores, entretanto, são bem diferentes do que os candidatos assumem em público. Tanto Armando quanto Câmara estavam ali acompanhados de equipes do guia eleitoral, que a todo instante colhiam cenas dos seus respectivos candidatos abraçados a vaqueiros, políticos e, principalmente, gente com cara de povo.