Renato Riella – (Blog)Mas a maior depravação na estruturação federativa, no Brasil, vem dos partidos políticos, desprezados e rejeitados pelo povo, como mostra recente pesquisa do instituto Datafolha, e como ficou provado nas manifestações de rua. O PR, por exemplo, é administrado da prisão pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto, que assume postura de dono permanente desse partido e pode entregá-lo, sem consultar os políticos brasilienses, ao ex-governador José Roberto Arruda. O PDT hoje é dominado nacionalmente, com mão de ferro, por Carlos Lupi, que começou na política como dono da banca de revistas onde Leonel Brizola comprava jornais, no Rio de Janeiro. O grande PMDB tem o vice-presidente Michel Temer como dono, embora abrigue nomes poderosos, como José Sarney, Renan Calheiros e Eunício Oliveira. Há um partido ridículo, chamado PRTB, presidido há décadas por um político ridículo, chamado Levy Fidelix. Esse “presidente” negocia abertamente o partido em níveis regionais e no DF fez isso com o ex-senador Luiz Estevão. O PTB tem donos regionais e no DF é dominado pelo senador Gim Argello, que contraria a orientação nacional do partido e não apóia mais o PT. O antigo DEM hoje é mandado pelo senador Agripino Maia. Há outros partidos dominados por igrejas evangélicas, principalmente a Universal e a Assembleia de Deus. Quem não manda em partido é o eleitor. O PT, por exemplo, tem a figura de Lula como equivalente a um papa, que influi nas decisões dos seus cardeais e muda o rumo da sigla quando quer. E o PSDB não tem um cacique, mas é dominado há décadas por um colegiado que, desta vez, abre exceção para um novato: Aécio Neves. Quando ao PSB, foi o partido do Miguel Arraes, nos últimos anos herdado pelo neto Eduardo Campos, que manda e desmanda na agremiação. Para completar, teremos um partido chamado Rede, que será implantado segundo os dogmas traçados pelas ex-senadora Marina Silva. Não há espaço nos partidos para gente inteligente, independente, de valor, gente criativa e moderna. O grande problema do Brasil é a falta de identificação do cidadão (qualquer cidadão!) com os partidos. Como votar bem, se não temos partidos do bem? |