Da Folha de Pernambuco
Após o ato de reintegração de posse do terreno no Cais José Estelita, na última terça-feira (17), a cúpula do PSB segue tentando amenizar os efeitos que os desdobramentos da desapropriação causaram. A tentativa de blindar a imagem do ex-governador e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), e alçar o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), como mediador da celeuma acabou expondo o governador João Lyra Neto (PSB) no conflito. A ação policial gerou repercussão intensa nas redes sociais, associando o ocorrido de forma negativa à imagem das três lideranças socialistas.
O secretário estadual da Casa Civil, Luciano Vasquez, procurou desfazer as especulações de mal-estar entre as lideranças do PSB. “Não vai contaminar a nossa relação com a Prefeitura do Recife e Eduardo Campos. Somos filiados ao PSB, aliados da Frente Popular. Estamos solidários e cabe à Prefeitura levar as discussões sobre o projeto urbanístico e ocupação do solo da cidade. Se eles precisarem do nosso apoio, estaremos à disposição”, afirmou Vasquez.
Nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas, o prefeito Geraldo Julio é visto como figura a ser preservada junto com o ex-governador Eduardo Campos. A avaliação é que Eduardo tem que se manter afastado do debate. Com base no Agreste pernambucano e sem disputar eleição neste ano, João Lyra Neto não é visto como alvo a ser atingido por sua história na luta pela abertura política. Apesar de o PSB ter integrado a gestão municipal anterior com Milton Coelho (PSB) como vice-prefeito – que por sinal apoia a resistência ao Novo Recife – o governo do ex-prefeito João da Costa (PT) é apontado, em reserva, como “responsável” pelo conflito, já que o projeto Novo Recife foi aprovado na sua administração.
Para o cientista político Hely Ferreira, o impacto seria fatal se a ação tivesse sido realizada no período oficial de campanha eleitoral. “Quem é mais atingido é quem está sendo testado nas urnas”, avaliou.