O Estado de S. Paulo. A decisão do pré-candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos, de preservar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) das críticas ao governo do Partido dos Trabalhadores e as concessões à pré-candidata a vice em sua chapa, Marina Silva (PSB), levaram dirigentes estaduais da legenda socialista a pedir mudanças nos rumos da campanha. De acordo com as lideranças, o fraco desempenho do ex-governador nas pesquisas de intenção de voto tem relação direta com esses dois fatores. Um dirigente do PSB disse a Eduardo que não dá para separar Lula da presidente Dilma Rousseff (PT). Outro afirmou que Marina e a Rede Sustentabilidade têm feito exigências demais. Isso estaria, na visão dos críticos, mais atrapalhando que ajudando o pré-candidato, à medida que as posições de sua vice afastariam potenciais aliados. Eduardo ouviu os dirigentes e disse não concordar com essas opiniões. Ele afirmou que separar Lula de Dilma faz parte da estratégia para buscar eleitores à esquerda descontentes com o atual governo, e que a união com Marina continua a ser um impulso para se tornar conhecido. Apesar disso, o ex-governador, que carrega ainda o cargo de presidente nacional do partido, não convenceu os correligionários insatisfeitos. Um dos dirigentes disse que preservar Lula não faria sentido porque, segundo ele, o petista não vai retribuir a gentileza se Eduardo for ao segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff. A teoria é de que, se a petista enfrentar Aécio Neves (PSDB) no fim de outubro, Lula é quem teria de atrair o PSB para vencer a oposição. |