Eduardo culpa Governo Federal por caos no José Estelita

Diario de Pernambuco.

Ao comentar a ação de desocupação do terreno do Cais José Estelita, o ex-governador e hoje pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, apontou equívocos na forma como foi conduzida a venda da área pelo Governo Federal, ocorrida em 2008, na gestão do então prefeito João Paulo (PT). O socialista considerou a negociação realizada ‘complemente equivocada’, feita ‘sem transparência’ e sem uma discussão prévia e ampla de um ‘terreno central da cidade’, resultando na aprovação, sem debate, do Projeto Novo Recife.

Eduardo também defendeu a postura adotada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), que, segundo ele, mostrou disposição no sentido de buscar o diálogo com entidades e empresários proprietários da área.

‘O terreno foi vendido pela SPU [Secretaria do Patrimônio da União], um órgão público que fica com todo patrimônio público, sem nenhum planejamento, sem nenhuma articulação com a prefeitura e com o Governo do Estado, para definir o que ia ser na área’, observou o socialista.

Segundo ele, além de ter sido vendido sem a participação dos gestores públicos, o projeto foi aprovado ‘sem um processo de participação popular efetivo, que foi homologado, inclusive, no governo anterior ao de Geraldo e diferente do que hoje ele tem buscado fazer. Mas com a judicialização do processo, os empresários ganharam na justiça o direito de implementar o projeto’, completou.

Eduardo fez questão de ressaltar, ainda, que o Governo do Estado, enquanto esteve sob seu comando, nunca foi instado a receber ou comprar o terreno da União. ‘Nós fomos surpreendidos no dia em que apareceu a notícia [da venda] e que tinha um projeto dos empresários’, lembrou.

Quanto às denúncias de excessos por parte de integrantes da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), que foram ao local para garantir o cumprimento da reintegração de posse, Eduardo afirmou que cabe ao governo estadual a apuração dos fatos. ‘A ordem é de um juiz, e se houve violência, e parece que houve, pelos vídeos que vi postados, os envolvidos devem ser punidos na forma da lei’.