G1. Advogados de réus no processo mensalão do PT comemoraram nesta terça-feira (17) a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, de deixar a relatoria das execuções das penais dos 24 condenados na ação penal. O advogado Alberto Toron, que defende o ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que Barbosa “não tinha condições emocionais de continuar na relatoria do processo”. “Acho que a lei agora vai ser cumprida, ao invés do arbítrio. [O afastamento] é uma forma de ele reconhecer o próprio erro, embora de maneira enviesada. A única coisa que faço é aplaudir o afastamento como um gesto de bom senso”, disse. O advogado Marcelo Leal, que comanda a defesa de Pedro Correa (PP), diz acreditar que os advogados foram “mal compreendidos”. “Eu não concordo com a afirmação do ministro Joaquim Barbosa de que alguns advogados teriam atuação política. A gente está garantindo o direito do cidadão brasileiro. O Pacheco foi ao extremo, ao limite de quem tem um cliente doente. Ele estava pedindo que o cliente dele fosse julgado. Nenhum advogado do mensalão fugiu dos limites da lei”, afirmou. Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério, apontado como o “operador” do esquema do mensalão, afirmou não estar surpreso com o afastamento de Barbosa da relatoria. “A posição do Joaquim Barbosa a esta altura, com a informação de que ele vai se afastar da presidência do STF, não me parece que seja um fato especial. Ele já deveria ter pedido o afastamento do julgamento, aliás”, declarou. O advogado Leonardo Yarochewsky, que representa a ex-presidente do Banco Rural Simone Vasconcelos, presa em razão do mensalão, afirmou que Barbosa “conduziu o processo de maneira pessoal, como se fosse o único processo da vida dele”. “Infelizmente, ele [Barbosa] sai tarde. Com todo o respeito que merece sua trajetória, no Supremo ele foi um juiz de um processo só. Tratou muitos casos como questão pessoal, como vingança”. Yarochewsky ressaltou, ainda, que a pena de prisão deveria ser aplicada somente “em casos extremos”. “Minha cliente, por exemplo, que não tem antecedentes e é primária, está no regime fechado, passando uma série de dificuldades. Houve um exagero em muitas condenações, com penas extremamente elevadas, sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa.” O advogado Arnaldo Malheiros, que defende o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, disse que concorda com a decisão de Barbosa de se afastar do caso. “Ainda que eu não tenha certeza da legalidade da medida, concordo com ela, mesmo que não pelos mesmos fundamentos.” |