Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) condena a violência cometida contra jornalistas durante manifestações contra a Copa do Mundo na última quinta-feira (12/6), em diversas capitais do país. O comunicado assinado pelo presidente da entidade, Daniel Slaveiro, repudia o excesso de força de policiais militares em São Paulo e diz que o comportamento é inaceitável.
A reação da Abert foi tomada após as jornalistas Barbara Arvanitidis e Shasta Darlington, da rede norte-americana CNN, e o assistente de câmera do SBT, Douglas Barbieri sofrerem ferimentos por conta de estilhaços de bomba quando faziam a cobertura dos protestos na zona leste da capital paulista.
Durante o confronto entre policiais e manifestantes, o correspondente argentino Rodrigo Abd, da agência de notícias Associated Press, e um repórter de uma equipe de TV francesa foram atingidos por balas de borracha. Em Belo Horizonte, pedras lançadas contra a polícia acertaram a cabeça do repórter fotográfico Sérgio Moraes, de 52 anos, que acompanhava o ato para a Reuters.
Segundo o dirigente, todos profissionais de imprensa estavam identificados e usavam equipamentos de segurança. “É inaceitável que, a pretexto de conter protestos durante a Copa do Mundo, a polícia empregue métodos violentos contra jornalistas, impedindo-os de exercer sua função profissional. Da mesma forma, são intoleráveis ataques de manifestantes contra a imprensa”, escreve Slaveiro.
“É imperioso que a orientação das autoridades de segurança da União e dos Estados esteja voltada ao respeito aos direitos humanos e, em especial, à liberdade de expressão, princípio basilar de uma democracia”, completa.
A Polícia Militar de São Paulo afirma, em nota de esclarecimento, que agiu para impedir que “baderneiros fechassem a Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir a abertura da Copa do Mundo”.
A corporação de Belo Horizonte, no entanto, descreve que Sérgio “foi ferido durante manifestação de vândalos” por um objeto não identificado e que o jornalista recebeu atendimento imediato de policiais que estavam na mobilização, além de ressaltar que a operação continuou com o “objetivo de conter as ações dos vândalos e de prender aqueles que incorrerem em crimes”.