STF valida provas da Lava Jato e envia ações ao Paraná

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O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem (10) a validade da investigação e das provas colhidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A decisão foi tomada pela turma formada pelos ministros Teori Zavasck, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.

Os magistrados determinaram que as ações penais e apurações contra o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e outros seis réus sejam analisadas pela Justiça Federal no Paraná. Com isso, poderão ser retomadas as investigações contra a quadrilha que movimentou nos últimos anos cerca de R$ 10 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro.

Fica a cargo do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, analisar se mantém ou não as prisões dos detidos na operação.

Apenas o trecho das investigações que cita o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, então filiado ao Partido dos Trabalhadores, continuará na mais alta corte do país porque o parlamentar tem foto privilegiado.

Há cerca de um mês, o ministro Teori Zavascki havia determinado, em decisão liminar, a liberdade de Paulo Roberto Costa e suspendido todos os inquéritos relacionados à operação policial e às ações penais abertas na Justiça Federal no Paraná contra os investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef, pivô do mega esquema de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, porém, Zavascki recuou de sua decisão e manteve as prisões de Alberto Youssef e de outros investigados na operação policial, autorizando a liberdade apenas de Paulo Roberto Costa.

Ontem, Zavascki apresentou uma questão de ordem ao STF para decidir sobre o prosseguimento ou não das investigações e sobre quais investigados deveriam ter os casos julgados no tribunal.

A Operação Lava Jato foi enviada ao Supremo Tribunal Federal depois de a Polícia Federal descobrir ligações das quadrilhas com o deputado federal André Vargas e com o doleiro Alberto Youssef. Em conversas telefônicas monitoradas pelos policiais, o parlamentar combina com o doleiro uma estratégia para que ambos possam “enriquecer juntos”.

O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) também é citado nas apurações sobre o esquema de lavagem de dinheiro e por diversas vezes aparece em conversas telefônicas pressionando para receber repasses em dinheiro de Youssef.