RESULTADO APERTADO |
Por 398 votos sim e 275 não, de um total de 673 votantes, o PMDB aprovou nesta terça-feira a coligação com o PT para a reeleição da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer. Foi uma vitória apertada. Significa que mais de um terço do PMDB é contra a coligação com o PT no governo federal, frustrando a expectativa dos dirigentes do partido, que esperavam bem mais que 70% a favor da aliança. Os dissidentes disseram se sentir vitoriosos. ‘Nós ganhamos. Fizemos 41,5% dos votos, quase 50%. É outro PMDB que nasce’, disse o deputado Darcísio Perondi (RS), contrário à aliança. Temer, em discurso feito logo após o anúncio do resultado, afirmou que a convenção ‘não tem vencedores e vencidos’. Neste momento, segundo ele, o partido deve estar ‘reunificado, para fazer do PMDB o maior partido do Brasil’. A partir de agora, o partido vai começar a construir um programa para o país, segundo o vice-presidente. ‘Nós teremos, e já começamos a conversar com os partidos coligados, uma participação muito efetiva do PMDB. Não seremos apenas aliados. Seremos o próprio governo’. A presidente Dilma Rousseff acaba de chegar à convenção nacional do PMDB. Houve vaias tímidas, mas os gritos da claque organizada pelos dirigentes foram mais altos. ‘Olê, Olê, Olá, Dilma, Dilma’, diziam. A vitória foi mais apertada do que a cúpula do partido esperava. Pela manhã, o presidente do PMDB em exercício, senador Valdir Raupp (RO), falava até em 90% a favor da coligação. Graças a um acordo de cúpula, que envolveu os dirigentes do PMDB, a presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reedição da aliança foi aprovada com 59,1% dos votos. O resultado não muda em nada a situação dos Estados, mesmo aqueles mais conflagrados, onde PT e PMDB disputam o governo estadual. Pelo lado do PMDB, pesou a expectativa de manutenção dos seus espaços federais. Do lado da presidente, o partido com maior capilaridade nacional e segundo maior tempo de televisão (cerca de três minutos), atrás do PT. A vitória expressiva não escondeu os problemas que PT e PMDB têm nos Estados. Nem mesmo os dissidentes esperavam resultado tão expressivo. Mas, nas conversas em grupos, o placar era previsível, apesar das críticas de pemedebistas do Rio de Janeiro, Ceará e do Rio Grande do Sul, especialmente. Apesar dos conflitos locais, o PMDB do Rio, segundo o prefeito da capital, Eduardo Paes, apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff, com Michel Temer na Vice-Presidência. ‘Essa compreensão a gente tem que exigir do PT’, disse Paes. O prefeito disse que ainda há tempo para entendimento e para que a campanha no Rio seja ‘pacificada’. Mas foi duro ao afirmar que o PMDB não vai aceitar ataques ao ex-governador Sérgio Cabral e ao governador Luiz Fernando Pezão. ‘Qualquer agressão será devolvida na mesma moeda’, disse. Temer pediu a palavra e afirmou que ainda tem expectativas com relação a um entendimento no Rio. Seja como for, Temer prometeu que ele, em pessoa, irá ao Rio para eleger Pezão. |