Por Anderson Bandeira
Da Folha de Pernambuco
A crise interna no PSB local, instalada após a socialista Marília Arraes criticar o processo de escolha da nova direção da Juventude Socialista Brasileira (JSB), que teria o seu primo João Campos como possível favorecido, ainda não foi superada. Na última segunda-feira (9), um dia depois de o presidenciável e primo Eduardo Campos (PSB) aportar no Estado e pedir que os atritos internos não fossem expostos à Imprensa, Marília voltou a criticar alguns correligionários.
Desta vez, as críticas vieram em reação a uma ala socialista que recorreu a imprensa local para afirmar, em “off”, que a vereadora “estava rifada dentro do partido” e que, ao gerar a crise, ela “cometeu um suicídio político” e não terá mais apoio. Segundo ela, ao revelar esse pensamento, o correligionário deveria mostrar a cara. “Eu não falei revestida do off e se uma pessoa vai me responder, deveria me responder mostrando a cara também. Se foi o próprio Eduardo ou se foi algum emissário, não teria problema nenhum em dizer”, avaliou. Para Marília, o recado dado, “velado pelo off”, só fortalece o seu entendimento que o partido realmente não tem diálogo.
Conforme a parlamentar, desde o seu primeiro pronunciamento, até hoje não recebeu nenhuma ligação ou mensagem da direção estadual e nem de Campos com quem afirma não ter contato político desde as últimas eleições. “Apesar de ter requisitado várias vezes”, ressaltou. No entanto, disse que vem recebendo a solidariedade de vários correligionários que compactuam do seu pensamento.
A vereadora também partiu para ofensiva ao comentar as declarações dada pelo correligionário de que “ninguém vai trabalhar mais como trabalhou na eleição de 2012 para elegê-la vereadora”. Segundo ela, naquele ano, “era notório” que a legenda estava trabalhando para outro proporcional e que a ajuda recebida não foi diferente dos outros vereadores da chapa. “Até porque eles precisavam do apoio de todos os vereadores. O prefeito não era conhecido. Então eles tinham que ter os vereadores bastante satisfeitos para fazer campanha para o prefeito”, considerou.
Sobre 2016, disse ser outra eleição, podendo as coisas mudarem de rumo, e que se lhe derem um apoio menor, “não fará diferença”. Nos bastidores, a rumores de que a socialista poderá deixar a legenda ou até mesmo assumir uma postura de oposição na Câmara. Porém, ao ser indagada, Arraes tergiversou e disse que está num processo de reflexão.
