Por Magno Martins
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o candidato do PSB a presidente da República, Eduardo Campos, e sua vice Marina Silva, exibiram de público um rompimento político. Em nota oficial, a Rede de Sustentabilidade, que a rigor nem existe oficialmente como partido, expôs as vísceras do desentendimento: a aliança do PSB com o PSDB em apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin.
Eduardo e Marina não falam mais a mesma língua. É tensa a relação. Encrenqueira e fundamentalista, a ex-senadora não levou um voto a mais para o socialista. As pesquisas são um retrato disso. Antes do acordo, Eduardo tinha 7% das intenções de voto e após 90 dias em campanha ao lado dela se mantém no mesmo patamar.
Números não mentem. O que Marina acrescentou? Nada. A rigor, os problemas não se resumem a São Paulo. A cabeça dura de Marina impediu que o candidato do PSB ganhasse um palanque extremamente competitivo no Rio Grande do Sul, já abocanhado por Aécio Neves: o da senadora Ana Amélia (PP), líder absoluta em todas as pesquisas para o Governo do Estado.
Ali, Eduardo teve que se aliar ao candidato do PMDB, José Ivo Sartori, que se apresenta com uma candidatura olímpica. Em Minas, Marina torrou tanto a paciência de Eduardo que o fez romper o acordo com Aécio, pelo qual o PSDB apoiaria o PSB em Pernambuco e lá a legenda socialista também não lançaria candidato próprio a governador.
Eleição se ganha somando e não subtraindo. Quando tentou a reeleição em Pernambuco frente a Jarbas Vasconcelos, tido como um candidato forte, mas que e revelou frágil por falta de apoios, Eduardo montou a maior coligação que se tem notícia na história mais recente da política estadual.
A estratégia para minguar Jarbas foi soma, mas Marina acha que eleição se vence com teses fundamentalistas, ortodoxas e estreitas, ou seja, adepta da subtração. O tempo vai passando a impressão que Marina pode ter sido uma grande utopia, uma grande frustração. Na verdade, um tiro de Eduardo no próprio pé.
AINDA HÁ TEMPO– O PSB mandou encomendar uma pesquisa para testar um cenário com Eduardo candidato a presidente sem Marina na vice, segundo revela o site da revista Veja. Se for verdade, o candidato socialista pode estar se convencendo que não irá a lugar nenhum com o apoio da ex-senadora. E quer se salvar enquanto há tempo!
Cenário sombrio– A pesquisa Datafolha apontando o favoritismo do governador Geraldo Alckmin, enquanto Alexandre Padilha (PT) tem apenas 3%, tirou o sono de Dilma. A avaliação do comando da campanha é que Padilha pode afetar o desempenho da presidente em São Paulo. Teme que Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) entrem mais fácil no maior colégio eleitoral do País.
RUMO AS CONVENÇÕES– PMDB e PDT abrem as convenções nacionais, amanhã, em Brasília. A presidente Dilma irá as duas, começando pelo da PDT, marcada para meio dia. Com isso, o PDT será o primeiro partido a formalizar apoio à reeleição da petista. A convenção do PMDB, maior partido da base de sustentação do Congresso, abaixo apenas do PT, começa às 16 horas.
Versão de aliado– Candidato a deputado estadual, o vereador Sivaldo Albino, da bancada do PPS na Câmara de Garanhuns, contesta postagem, ontem, neste blog, de que a passagem do candidato do PSB a governador, Paulo Câmara, tenha sido um fiasco no Agreste. “Em Garanhuns, não houve agenda política, apenas uma coletiva, enquanto em Capoeiras, ao contrário do que o blog informou, tinha muita gente e muita euforia”, afirmou.
Já cedeu demais– Para ratificar o comentário desta coluna transcrevo abaixo nota na coluna de Ilimar Franco, de O Globo: “Dirigentes do PSB estão esgotados com as exigências de Marina Silva. Antes da definição em São Paulo, um pessebista foi questionado se o apoio ao PSDB não a contrariava. Ela não tem que achar nada. O PSB já cedeu demais”.
CURTAS
COM PATRIOTA– Na passagem por Afogados da Ingazeira, sábado passado, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) foi comunicado pelo prefeito José Patriota (PSB) que terá não apenas o seu apoio formal à sua reeleição, mas também de sete vereadores da sua base na Câmara Municipal.
DINHEIRO PÚBLICO– Investigação da Polícia Federal aponta que manifestação de indígenas que resultou em um policial ferido por flecha em Brasília no dia 27 de maio foi organizada por servidores e antropólogos ligados ao governo ou financiados com recursos públicos.
Perguntar não ofende: Inocêncio Oliveira topa romper com o PSB para ser o vice de Armando?
fonte:blogdo magono