PT arrecada R$ 50 milhões com dízimo no governo Dilma

PT:O TEMPLO E O DÍZIMO

O Estado de S. Paulo.

O Partido dos Trabalhadores (PT) acelerou as filiações à legenda durante o governo Dilma Rousseff e, nos últimos três anos, arrecadou a cifra recorde de R$ 49,7 milhões apenas com os petistas de carteirinha que, pelo estatuto da sigla, são obrigados a pagar a chamada contribuição partidária.

Na comparação com os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o processo de arregimentação foi aperfeiçoado e o partido filia atualmente quase 8 mil pessoas por mês.

Somente no ano passado, com filiados, o partido bateu outro recorde ao arrecadar R$ 32,6 milhões, cerca de 20% das receitas do diretório nacional, com os dízimos – contribuição obrigatória que varia de acordo com a renda e o fato de o filiado ocupar ou não cargo público.

O aumento da arrecadação por meio da contribuição partidária coincide com a possibilidade de as siglas não poderem contar mais com recursos de empresas para financiar suas atividades e as campanhas eleitorais dos seus candidatos.

No início de abril, a maioria do pleno do Supremo Tribunal Federal se posicionou contra tais doações ao julgar ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O julgamento foi interrompido na ocasião por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Outro lado – Procurada, a assessoria de imprensa do presidente do PT, Rui Falcão, disse que ele não se pronuncia sobre questões envolvendo filiação e arrecadação de recursos e recomendou à reportagem procurar a assessoria de comunicação do partido.

A reportagem enviou questionamentos por e-mail para a legenda, mas até a conclusão desta edição não obteve retorno. Contatado pelo celular, o secretário nacional de Organização, Florisvaldo Souza, também não quis se pronunciar sobre o assunto.