Por que Dilma parou de cair

     por Ricardo Noblat

Divulgada há pouco, a pesquisa Ibope encomendada pelo site G1, a Globo News e o jornal O Estado de São Paulo deixou felizes os principais candidatos a presidente da República na eleição de outubro próximo.

Dilma parou de cair como este blog antecipara anteontem. Recuperou três pontos percentuais passando de 37% das intenções de voto em março para 40% agora. Aécio Neves (PSDB) subiu de 14% para 20%. E Eduardo Campos (PSB) de 6% para 11%.

Pelo menos três coisas explicam a recuperação de Dilma: o recente programa de propaganda do PT onde ela e Lula apareceram juntos; o maior volume de viagens pelo país; e entrevistas concedidas a veículos de comunicação regionais.

 

Foto: Agência Brasil

Aplicada entre os dias 15 e 19 deste mês, a pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios do país. Sua margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Se a eleição fosse hoje, Dilma a venceria direto no primeiro turno. Mas cresceu a chance de a eleição só ser decidida em segundo turno. Há um mês, Dilma tinha 13 pontos de vantagem sobre seus adversários. Esse número caiu para três.

A rejeição a Dilma – ou seja: o percentual dos que afirmam não votar nela de jeito nenhum – se manteve em 33%. A rejeição a Aécio diminuiu de 25% para 20%, e a de Campos, de 21% para 20%.

A partir de agosto, irá ao ar diariamente no rádio e na televisão a propaganda eleitoral dos candidatos. Por contar com o apoio de maior número de partidos, Dilma terá mais que o dobro de tempo de Aécio, e cinco vezes mais do que o tempo de Campos.

Se aproveitado com sucesso, tempo maior de propaganda é vantajoso para um candidato, mas nem por isso lhe assegura a vitória.

Lula em 2002 e 2006, e Dilma em 2010 contaram com um tempo de propaganda maior, mas só se elegeram no segundo turno. O tempo de propaganda no segundo turno é o mesmo para cada um dos candidatos.