Tirem o Blatter e o Valcke das minhas costas, diz Dilma

 ”Tirem o Blatter e o Valcke das minhas costas! Não tem nada a ver com a Copa, são obras para as cidades’.  Foi assim que reagiu o presidente Dilma Rousseff, durante jantar ontam à noite com jornalistas esportivos, ao falar sobre a pressão em torno das obras da Copa.

À pergunta sobre se os dirigentes da Fifa são um peso a presidente reagiu com um ‘Ô, se são’, referindo-se diretamente a Joseph Blatter, presidente da Fifa, e Jerôme Valcke, secretário-geral da entidade.

Na reunião, assuntos esportivos se sobressaíram mais do que os políticos, mas a presidente não se fez de rogada quando indagada sobre a campanha e as pesquisas. Dilma mostrou tranquilidade quanto às pesquisas eleitorais, que a vêm colocando  em queda progressiva. Ela se disse tranquila ‘porque a partir de agosto eu tenho o que mostrar. Tenho muito o que mostrar’.

POLÍTICA E TORTURA

Numa entrevista com jornalistas, sejam esportivos ou não, a presidente não poderia se furtar a perguntas sobre política, ainda mais relacionadas com o esporte. Foi assim que veio ao foco o presidente da CBF, José Maria Marin, que, em 1976, elogiou o delegado Sérgio Fleury, que torturou seu ex-marido Carlos Araújo. Ela não demonstrou constrangimento ante o fato de ter de se encontra sempre com Marin:

‘Por que citar o Carlos? Torturou a mim. Sabe o que eu sinto? Eu sinto que não sou eu quem tem de justificar nenhuma barbaridade para minha filha ou para meu neto. São eles que têm. Porque nós ganhamos. É assim que eu sinto: nós ganhamos.’

Sobre a nova estragégia do PT, de fazer referência ao medo de retorno ao passado, Dilma disse que a propaganda é do PT: ”É deles, que têm todo o direito. Mas meu papel é mais amplo, não se trata de propaganda do governo’.

CRÍTICAS DA IMPRENSA

Sobre o desempenhoda imprensa, e, mais especificamente em críticas ao seu governo a presidente surprende ao dizer que mais alertam que incomodam. ‘Vocês não fazem ideia de como ajudam às vezes. Tenho couraça’.

A luta pela reeleição é, para Dilma, uma complicação maior que a da eleição: ‘Primeiro porque você é a presidenta; segundo porque quer se reeleger e terceiro por que você é assim como é. Ou seja, tudo é motivo para crítica’.  Ao associar sua reeleição à Copa, e o temor de que venha a ser prejudicada ante a possibilidade de a população vir a ignorar o evento, ela assim reagiu: ‘Na hora de a onça beber água, este país vai endoidar’.