O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado Mendonça Filho, fez duras críticas ao setor energético e condenou a perda de autonomia da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), durante audiência pública na manhã desta quarta-feira (14) com o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto. O encontro aconteceu por requerimento do próprio democrata à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Casa. “Uma empresa da tradição da Chesf está em uma situação de dar pena. A companhia que tinha uma independência técnica enorme e uma tradição na engenharia elétrica do Brasil e que infelizmente está numa situação de esquecimento e abandono, toda ela subordinada à Presidência da Eletrobras. Tudo agora tem que ser decidido no Rio de Janeiro. Na prática, o que se fez foi incorporar a Chesf à Eletrobras, e o governo do Partido dos Trabalhadores é o patrono dessa realidade”, destacou Mendonça. O deputado também fez duras ressalvas à Medida Provisória 579/12, que reduziu a tarifa energética repassando o débito ao Tesouro Nacional. “O governo tem errado muito na área, mas o principal erro foi a edição da MP 579 [Lei 12783/13], que é considerada o ‘11 de Setembro’ do setor energético brasileiro. Uma medida desastrosa, vendida eleitoralmente pela presidente com o intuito de gerar redução nas tarifas de energia e que as consequências nós já pagamos este ano”, declarou. Em aparte, o deputado federal Alexandre Leite (DEM-SP) contestou as interferências políticas nas decisões do setor. Segundo ele, a situação crítica não permite que se evite racionamentos com a intenção de não comprometer a avaliação eleitoral da presidente. “Será que o setor pode mesmo descartar a possibilidade de racionamento? Não seria papel do governo fazer uma campanha sincera pedindo o racionamento? Não me parece que a decisão de fazer um empréstimo, o qual vai gerar juros à população no futuro e aumentar o valor da conta seja a melhor situação. Não estaria faltando transparência ao setor?”, questionou Alexandre. |