Mas o mundo foi rodando

Carlos Brickmann

 O Ministério Público estadual de São Paulo e a Procuradoria da República pediram à Suíça a quebra do sigilo bancário e o bloqueio das contas de 20 investigados no caso do cartel do Metrô e dos trens urbanos de São Paulo. E como pretende defender-se o PSDB, em cuja dinastia, iniciada em 1994 por Mário Covas, ocorreram os fatos a ser investigados?

Simples: os senadores Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira levantam casos de cartel em obras do Governo Federal. Provar que nada houve? Não: mostrar que os outros fazem as mesmas coisas.

Aécio disse que as investigações vieram com muitos anos de atraso, mas vão derivar também para outros cartéis. Mais um que abandona um companheiro de partido, o homem-forte do Governo Covas, Robson Marinho, que até agora sofre sozinho a acusação de ter sido beneficiado pelo cartel. Aécio não mencionou a necessidade de investigar o Secretariado de Covas, mais os subordinados cuja tarefa era verificar a lisura dos contratos. É impossível que um só secretário, por mais poderoso que fosse, cuidasse sozinho da empreitada.

Esse tipo de coisa ou se divide, contentando todos os corruptos, ou não dura os 20 anos que durou.