Veja. A filha do ex-ministro José Dirceu (PT), Joana Saragoça, usou um veículo oficial para furar fila e visitar o pai, que cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. O carro em que Joana chegou ao presídio, na quarta-feira (7), é utilizado em operações sigilosas e foi conduzido por Wilton Borges, servidor da Sesipe. A bordo do veículo, a filha do mensaleiro não foi obrigada a enfrentar a longa fila de espera à qual os familiares dos demais detentos são submetidos – inclusive os que chegam de carro, como foi o caso. Joana, ao chegar à Penitenciária da Papuda, às 8h55, foi prontamente autorizada a entrar no presídio, usando inclusive a entrada que seria restrita a funcionários. Os familiares de detentos “comuns” enfrentam até duas horas de burocracia e revistas até que sejam autorizados a ver os parentes. Ao menos duas mil pessoas fazem fila diariamente no presídio em dia de visitas. O “privilégio” causou mal-estar entre servidores do presídio, que apelidaram a visita da filha de José Dirceu de “atendimento a domicílio”. O Governo do Distrito Federal, administrado por Agnelo Queiroz (PT), afirmou que não tinha conhecimento de que a filha do ex-ministro usou um carro oficial para ter acesso privilegiado ao presídio. Em seguida, o governo divulgou nota afirmando que a “carona” aconteceu porque Joana Saragoça auxiliava em uma investigação interna sobre a possibilidade de José Dirceu fazer uma greve de fome em protesto por ainda não ter sido autorizado a trabalhar fora do presídio, uma greve que nunca chegou a acontecer e cuja hipótese chegou a ser descartada pelo petista antes mesmo de ele sentir qualquer desconforto. Questionada sobre o fato, Joana Saragoça se limitou a dizer que “não conversa com jornalistas”. |