Imprensa é a palavra que falta aos que não podem falar, diz ministra Cármen Lúcia

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse na última terça-feira (29/4) que não se pode confundir responsabilidade com censura e que a imprensa “muitas vezes é a palavra que falta aos que não podem falar”. “A liberdade de expressão impõe responsabilidade paralela, mas não tem nada a ver com censura”, completou.
Crédito:Agência Brasil
Ministra defendeu a liberdade de expressão durante o evento
A declaração foi feita em apresentação para alunos e professores do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Segundo a Agência Estado, Cármen Lúcia ressaltou que deve haver uma discussão sobre a relação entre liberdade e privacidade.
“Temos a invasão de privacidade e a evasão de privacidade. A pessoa vai à Igreja fazer uma doação para o padre e quer que aquilo seja divulgado e publicado. Mas não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não vai parar na hora que essa pessoa quer”, esclareceu.
O professor da USP Eugênio Bucci disse que liberdade e privacidade não se excluem. Para ele, “a privacidade é uma conquista da liberdade”. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a liberdade é relativa por força da privacidade”, ponderou.
“Quando vivermos a liberdade como um valor, estaremos no caminho do desenvolvimento. Quem viveu a transição da ditadura para a democracia sabe o valor da liberdade. Vocês podem imaginar o que é não poder votar para presidente da República?”, questionou o vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, Paulo Tonet Camargo.
O presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, elogiou a presidente Dilma Rousseff por defender a liberdade e imprensa e ressaltou a frase da presidente de que “o único controle da imprensa deve ser o controle remoto”.