Festa da Lavadeira em clima de despedida

A tradicional Festa da Lavadeira, que este ano chegaria a sua 28ª edição, foi realizada, nesta quinta-feira (1º), em clima de reivindicação e despedida por parte dos brincantes e participantes. Concentrados na praça do Carmo, na área Central do Recife, vários grupos da cultura popular, como afoxés, maracatus de baque solto e coco de roda aderiram à manifestação como uma forma de expressar a resistência da festa. Com o mote “Vamos passear com a boneca da lavadeira procurando sua festa?”, que traz consigo um ar de ironia, batuqueiros seguiram em direção à Praça da Idependência, mas, posteriormente, as avenidas Nossa Senhora do Carmo e a Dantas Barreto ficaram tomadas por centenas de pessoas que aproveitaram o espaço para fazer uma série de apresentações artísticas. Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.

Vários grupos da cultura popular, como afoxés, maracatus de baque solto e coco de roda aderiram à manifestação que aconteceu nesta quinta-feira

Peu Ricardo/Folha de Pernambuco

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação

Em entrevista dada à Folha de Pernambuco, o fundador e coordenador-geral da Lavadeira, Eduardo Melo, apontou a falta de apoio por parte das autoridades municipais e estaduais em relação às licenças de uso dos espaços públicos para a festa como uma atitude equivocada. “Fica difícil entender a postura do Poder Público, visto que a Festa da Lavadeira simboliza o maior encontro de cultura popular do País. Só vejo eventos culturais acontecendo no Marco Zero e não entendo o porquê das autoridades fecharem os olhos, justamente, para essa festa que traz pessoas de outros estados só para apreciá-la”, indagou. Antigamente, o evento ocorria na praia do Paiva, na Região Metropolitana, e passou a ser realizada no Marco Zero, no Bairro do Recife, durante a gestão de então prefeito João da Costa.

Porém, mesmo podendo ser essa a última vez da festa, Melo destacou que o dia 1º de maio não poderia passar batido. “O clima de alegria sempre fez parte da Lavadeira e não vai ser isso que vai nos afetar. Sei que sempre vai ficar na história, independente do que ocorra. E se for para se pôr um ponto final, que seja com muita alegria e muita dança”, destacou o fundador.

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) disponibilizou um efetivo de cerca de 60 agentes de trânsito que farão o monitoramento, das 10h às 22h, do tráfego no bairro de Santo Antônio e também realizaram os bloqueios nas avenidas Dantas Barreto, Guararapes (entre a Ponte Duarte Coelho até a Igreja de Nossa Senhora do Carmo) e em um pequeno trecho da Nossa Senhora do Carmo.

 

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