Estadão Conteúdo. A Polícia Federal aponta “influência política” do doleiro Alberto Youssef – alvo maior da Operação Lava Jato – sobre o ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato do Partido dos Trabalhadores ao Governo de São Paulo. A suspeita decorre de diálogo interceptado pela polícia entre Youssef e a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, no dia 5 de março de 2014, através de um aplicativo de mensagem instantânea. Ela questiona Youssef se ele “tem acesso atualmente” ao delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e cita o nome Maurício Blazeck, que ocupa o cargo desde novembro de 2012. Nelma diz que “queria um cargo para um amigo” dela no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “Se o Alexandre Padilha ganhar o governo, ajudo ele e muito”, respondeu o doleiro. De acordo com as investigações, o diálogo grampeado “indica possivelmente que (Youssef) tem influência política junto ao candidato ao Governo de São Paulo, Alexandre Padilha”. Labogen – O ex-ministro Alexandre Padilha não é investigado pela Operação Lava Jato, mas o nome dele é citado em outros documentos da Polícia Federal. No relatório principal, que resultou na ordem de prisão de Youssef e seu grupo, os investigadores revelam o empenho do doleiro para emplacar o Laboratório Labogen Química Fina em negócio milionário do Ministério da Saúde, na gestão do petista. A polícia juntou aos autos cópia do projeto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do ministério e anexou uma fotografia do ex-ministro em um evento. Em um relatório, a polícia transcreve diálogos entre o doleiro e o deputado André Vargas, que se desfiliou do Partido dos Trabalhadores na última sexta feira. Numa conversa com Youssef, o parlamentar diz que foi Alexandre Padilha quem indicou um ex-assessor no Ministério da Saúde para ocupar cargo no Labogen. A nova citação ao ex-ministro consta de relatório complementar de monitoramento telemático número 8/14. |