1º Maio é palco de ataques entre governo e oposição

Paulinho chegou a pedir que o público mandasse uma banana para Dilma.

Ministro Gilberto de Carvalho é vaiado ao defender Dilma em evento da Força Sindical, em São Paulo

Eduardo Campos adiou chegada para não dividir palco com Aécio Neves

Evento do 1º de Maio da Força Sindical: Paulinho da Força e Aécio Neves criticam a presidente Dilma Marcos Alves/Agência O Globo

O ato da Força Sindical em São Paulo virou palco de ataque entre oposição e governo. O ministro Gilberto Carvalho foi vaiado ao defender as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na noite de quarta feira, em cadeia nacional de rádio e televisão. O pré-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) voltou a afirmar que as medidas são eleitoreiras. O presidente licenciado da Força, o deputado federal Paulinho da Força, afirmou que a presidente devia estar na presídio da Papuda, em Brasília. Já Eduardo Campos, também pré-candidato, adiou a chegada ao evento para não dividir palco com Áecio.

Aécio ataca Dilma

Aécio questionou novamente as medidas anunciadas pela Dilma:

– A presidente da República protagonizou ontem um momento patético da vida pública deste país. Ela utilizou um instrumento de Estado, que é a cadeia de rádio e televisão, para fazer proselitismo político para atacar adversário. As medidas que ela anuncia vêm na direção daquilo que já vimos defendendo há muito tempo. O reajuste não atende ao crescimento inflacionário. E ela mente no momento que diz que o reajuste de 10% não chega ao teto estabelecido pela ONU de U$ 1,25 por dia – afirmou Aécio.

Ele disse ainda que Dilma “acha que a crise da Petrobras é culpa da oposição, mas é daqueles que fizeram dela um balcão de empregos”.

Medo da vaias

Já Gilberto Carvalho menosprezou a fala de Paulinho e disse não temer vaias.

– Não temos medo de vaia. O trabalhador brasileiro sabe que os 12 anos do PT foram os melhores para os trabalhadores – falou Carvalho, que não quis polemizar sobre as declarações de Paulinho. – Eu não vou comentar o Paulinho da Força. Eu respeito os trabalhadores da Força Sindical. Prefiro me relacionar com eles – falou.

Eduardo Campos, em discurso, se preocupou de garantir que, num eventual governo, os direitos do trabalhador não sofrerão mudanças.

– Nós temos que nos comprometer que o Brasil não vai para o caminho certo com a retirada de direitos dos trabalhadores – disse Campos.

Paulinho: uma banana para Dilma

Em entrevista, ele criticou o pronunciamento da Dilma. – O que nós vimos foi mais uma fala eleitoral do que a fala de presidente da República. O fato da presidente anunciar o aumento do Bolsa Família é uma maneira de reparar as perdas da inflação que ela mesmo deixou acelerar – comentou.

Paulinho, em seu discurso, chegou a pedir que o público que estava na Praça Campos de Bagatelle, Zona Norte, mandasse uma banana para a presidente. O gesto constrangeu os pré-candidatos. Sem criticar diretamente o presidente licenciado da Força Sindical, Campos disse que “o debate tem que ser no jogo das ideias”.(De O Globo – Renato Onofre e Sérgio Roxo)