PT tenta convencer André Vargas a renunciar ao mandato

Agência Brasil.

Após se reunir por mais de uma hora com parte da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, defendeu hoje (23) que o ex-vice-presidente da Casa Legislativa, André Vargas (PT-PR), renuncie ao mandato. Apesar de reconhecer que há divisão entre os deputados em relação à questão, Rui Falcão negou que tenha ido a Brasília para pressionar a bancada e garantiu que está usando o “convencimento” para tentar uniformizar uma posição.

“A melhor solução para André Vargas é que ele renuncie, mas essa é uma decisão personalíssima. Nenhum partido ou bancada impõe às pessoas a renúncia. Mas é um pedido que temos feito e reiterado a ele, para que reflita e converse”, disse. “Tenho o maior respeito pela nossa bancada. Jamais qualquer dirigente do partido se dispôs a enquadrar ninguém. Nossos processos são de convencimento, nunca de enquadramento”, acrescentou o dirigente.

Rui Falcão deixou claro que o “trabalho de convencimento” vai continuar baseado em, pelo menos, dois argumentos, mas deixou claro que, embora considere importante a vida pessoal do deputado, “o principal argumento é a preservação do partido”, apesar de descartar que haja uma preocupação sobre os reflexos das denúncias na disputa eleitoral deste ano.

Denúncias – André Vargas tem mais uma semana para pensar sobre o assunto, uma vez que a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, que ocorreria ontem (22), foi adiada para o dia 29 de abril, depois de um pedido de vista.

O parecer do relator do processo disciplinar contra o petista, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), chegou a ser lido na sessão. O relator defendeu a continuidade da investigação para que sejam apuradas as denúncias de tráfico de influência e o recebimento de vantagens indevidas no possível envolvimento do parlamentar paranaense com o doleiro Alberto Youssef.

De acordo com o presidente do Partido dos Trabalhadores, caso Vargas renuncie, “não faria sentido o Conselho de Ética prosseguir com qualquer processo diante de um réu que não é mais deputado”. Segundo ele, o conselho tem um poder limitado e apenas pode propor uma solução entre advertência, suspensão ou expulsão do parlamentar.